Lindbergh cobra investigação de denúncias contra Fernando Henrique Cardoso

Lindbergh cobra investigação de denúncias contra Fernando Henrique Cardoso

Lindbergh: “Vamos continuar defendendo Lula, o maior presidente desse País”A Justiça não pode ser cega ao ponto de deixar passar em branco as denúncias feitas nesta semana pela ex-amante de Fernando Henrique Cardoso, principal nome do PSDB. Segundo Mirian Dutra, com quem FHC teve um filho, reconhecido tardiamente, a Brasif era responsável por depósitos em sua conta corrente, na Espanha, como se ela fosse empregada da empresa. “Tem que investigar essas denúncias”, cobrou nesta sexta-feira (19) o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), em discurso na tribuna da casa.

O senador cobrou isenção do Ministério Público e do Judiciário na investigação desse escândalo que bate de frente com a postura intocável do PSDB. “As declarações da ex-amante merecem uma investigação do Ministério Público, da Polícia Federal. Cadê o juiz Sérgio Moro? Precisamos passar o Brasil à limpo”, afirmou. Lindbergh cobrou isenção do Ministério Público, da Polícia Federal e até mesmo da imprensa que está escondendo esse caso.

“A Brasif é uma empresa que fazia os pagamentos no exterior. No governo de Fernando Henrique, conseguiu continuar explorando as áreas de ‘dutty free’ dos aeroportos sem licitação. É necessário investigar o apartamento de Fernando Henrique em Paris, na França, que está no nome de seu sócio na fazenda, Jovelino Mineiro”, afirmou.

Segundo publicou a Folha de S. Paulo, com base na entrevista da ex-amante, o sociólogo FHC demorou para reconhecer o filho Tomás. Na ocasião, disputava a presidência da República e era casado com Ruth Cardoso, o que poderia implicar numa derrota. Matérias publicadas agora mostram a armação na revista Veja para divulgar, por meio de nota, que Mirian Dutra iria mudar-se para Portugal, onde teria o filho cujo pai era “um biólogo”.

O intrigante no escândalo que vem à tona é que por mais que FHC diga que o filho não é seu, lhe presenteou com um apartamento em Paris, de 200 mil Euros, coisa de quase um milhão de reais.

Lindbergh Farias cobra que o Ministério Público atue como tem atuado nas investigações da Lava Jato, onde o alvo preferido – e exclusivo – é o PT, como forma de atingir, de alguma maneira, o presidente Lula. “Vamos continuar defendendo Lula, o maior presidente desse País”, disse ele. O que é incompreensível é que as investigações do juiz Sérgio Moro só têm um lado, o PT. “Três delatores citaram o senador Aécio Neves”, afirmou.

Sabe o que aconteceu? Nada, não abriu qualquer investigação. Para Lindbergh há uma proteção em não se investigar nada de nomes do PSDB, por isso cobrar isenção.

O Ministério Público de São Paulo, por exemplo, também fez uma armação o quanto pôde para não investigar o escândalo do trensalão, que atinge em cheio o PSDB. Precisou de uma determinação superior, com farta documentação do Ministério Público da Suíça, para o MP paulista se manifestar – e esse escândalo tira o sono de muitos tucanos.

Lindbergh trouxe, em seu discurso, uma boa lembrança da imparcialidade do MP paulista. No recente escândalo do desvio de recursos de merenda, ou no escândalo dos uniformes escolares. Nunca, nada foi investigado. Aliás, lembrou o senador petista, durante 2003 a 2010, o PSDB paulista enterrou literalmente mais de 70 CPIs na assembleia paulista. “O PSDB simplesmente não deixava ter CPI”, disse.

O senador lembrou que investigar não é o forte do PSDB. Quando Fernando Henrique era presidente, a Polícia Federal fez 48 operações durante oito anos de seu governo. Diga-se que a PF era desestruturada, porque no governo Lula foram 240 operações, com uma PF profissionalizada e com melhores salários. FHC, o que não ocorre hoje, tinha um engavetador-geral da República, Geraldo Brindeiro, que na disputa interna do Ministério Público figurou como sétimo de uma lista tríplice e foi escolhido, mesmo assim.

Nos governos de Lula e de Dilma, a lista tríplice sempre foi respeitada, e os procuradores em nenhum momento engavetaram qualquer investigação que pudesse ser constrangedora para o partido ou para políticos, reforçando o princípio de isenção entre os poderes.

O que Lindbergh pediu em seu discurso na manhã desta sexta-feira (19) não é nada impossível. Só quer isenção, do Ministério Público, da Polícia Federal e da imprensa, que se esforça para “esconder” matérias negativas aos tucanos e alguns nomes da oposição.

 

Marcello Antunes  

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