Lindbergh: além do projeto neoliberal no Estado e na condução da economia, também tomou de assalto o poder, no Brasil, um governo conservadorO senador Lindbergh Farias (PT-RJ) lamentou, nesta segunda-feira (13), em plenário, o massacre ocorrido no último domingo, nos Estados Unidos, quando Omar Mateen entrou armado numa boate LGBT e matou cerca de 50 pessoas e feriu outras dezenas. A data do atentado remete ao Dia dos Namorados no Brasil. Em parte dos Estados Unidos é dia do Orgulho Gay.
Lindbergh relatou que, segundo os pais de Omar, o agressor cultivava ódio irracional aos homossexuais. “O alvo do atentado de Orlando, portanto, foi premeditado em detalhes e tem por matriz o preconceito e a intolerância homofóbicos. Tanto foi premeditado que a data foi escolhida pelo motivo de, durante esta semana, comemorar-se A Semana do Orgulho Gay nos Estados Unidos”, destacou.
Lindbergh ainda condena a nota emitida pelo Ministério das Relações Exteriores que fala em consternação do governo brasileiro para com as famílias das vítimas, condena atos de terrorismo, mas se omite de condenar a homofobia.
“Nenhuma palavra na nota do Itamaraty. Realmente, a política externa brasileira desembesta de mal a pior desde a posse de José Serra no ministério das Relações Exteriores, desde aventar a possibilidade de fechamento de embaixadas africanas até abandonar objetivos permanentes de todos os governos, ao menos desde o governo de Getúlio Vargas, de o Brasil conquistar uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU”, elencou.
Muito diferente, segundo Lindbergh, foi o posicionamento do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Para o presidente norte-americano, o ato perpetrado se consumou num tétrico combinado de “terror” e “ódio”. “Esse ataque é especialmente devastador para a comunidade LGBT. O atirador escolheu como alvo um clube em que as pessoas se reuniam para divertir, encontrar amigos, mas que também era um lugar de solidariedade e empoderamento”, disse Obama.
A omissão da nota do Itamaraty não se dá ao acaso, segundo Lindbergh. “É preciso que se diga com todas as letras: mais além do projeto neoliberal no Estado e na condução da economia, também tomou de assalto o poder, no Brasi,l um governo conservador, representativo de uma conjugação de forças regressivas relativa aos valores. É como se o Brasil tivesse retrocedido décadas na conquista de novos direitos sociais da comunidade LGBT, das mulheres, da juventude, dos negros, dos índios e de todos os oprimidos”, salientou.
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