Nome com a maior intenção de votos nas eleições para governo do Rio de Janeiro em 2014, o senador Lindbergh Farias (PT) esteve entre os assuntos de destaque do noticiário político deste fim de semana, após a revista Época publicar reportagem com denúncias, fundamentadas em um dossiê supostamente preparado pelo PMDB. A reportagem fala em irregularidades na gestão do petista à frente da prefeitura de Nova Iguaçu (RJ).
Indignado, o senador não demorou a apresentar rebater a matéria e usou a sua página no Facebook para divulgar um vídeo, mostrando que as suspeitas não se confirmaram, mesmo após a quebra dos sigilos de toda a sua família. Para o petista, essa “fabricação de dossiês” só revela o “medo” e o “desespero” de seus adversários no estado.
“Saiu uma pesquisa há 15 dias e eu estou à frente em todos os cenários para a eleição de governador de 2014. Entra um jogo sujo desse. Eles estão querendo jogar todo mundo na lama. Não adianta, não vão conseguir colocar um guardanapo na minha cabeça”, afirmou o senador. “A meu ver, mostra medo, desespero. E nós vamos continuar nossa linha, falando com o povo, escutando o problema das pessoas e construindo uma candidatura que represente um projeto popular do estado do Rio de Janeiro”, concluiu, garantindo que não vai entrar na guerra de dossiês.
Como prova de sua inocência, Lindbergh leu um trecho do relatório entregue pelo Ministério Público Federal (MPF) ao Supremo Tribunal Federal (STF) – instância em que correm os inquéritos que tem parlamentares citados –, logo após a sua vencer as eleições para o Senado: “após análise dos autos é possível constatar que as investigações ainda não foram concluídas e que o nome do futuro senador foi apenas mencionado pela principal noticiante dos fatos, sem maiores constatações de indícios de autoria”. O senador lamentou ainda que a revista tenha omitido este fato em sua matéria. “Isso, infelizmente, não saiu”, comentou.
Lindbergh ainda lembrou que na época em que surgiram as suspeitas – em 2007 –, a própria denunciante disse jamais ter presenciado qualquer participação dele em irregularidades. E recordou que, mesmo após a quebra do sigilo de toda a sua família, a Justiça não encontrou nada de errado. “Houve uma violência grande: quebraram o sigilo de toda a minha família, fizeram uma devassa. Quebraram o sigilos dos meus irmãos, da minha esposa, da minha mãe, do meu pai falecido a mais de 17 anos. Isso foi em 2007 e nós estamos em 2013. Sabe o que apareceu? Nada. É uma denúncia mentirosa. Se tivesse alguma coisa, já teria aparecido porque eles queriam me inviabilizar a todo tempo”, garantiu.
A reportagem
“Aliança em chamas”. Assim Época intitula a reportagem com ilações a Lindbergh Farias. A matéria fala em suspeitas de irregularidades na gestão do petista enquanto prefeito de Nova Iguaçu, com acusações de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Mesmo reconhecendo que o relatório é fruto de uma “briga” eleitoreira – motivada pela confirmação da candidatura de Lindbergh ao governo do Rio de Janeiro –, a revista reproduz trechos do documento, baseado, segundo a Época, no depoimento da ex-chefe de gabinete da Secretaria de Finanças de Nova Iguaçu, Elza Elena Barbosa Araújo, como parte do inquérito em andamento no STF.
Assista o vídeo do senador Lindbergh Farias
Catharine Rocha