Lindbergh: “Precisamos entender o novo momento político que vem das ruas”

Lindbergh: “Precisamos entender o novo momento político que vem das ruas”

 

“Temos algo novo e precisamos ter um novo
olhar sobre o futuro da democracia, com mais
transparência e participação popular”

Para o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) as manifestações das ruas deram um recado ao Parlamento e aos políticos brasileiros: a população quer maior participação nas decisões que são tomadas pelos representantes da sociedade. E as redes sociais contribuem para o maior controle social e também para tornar os atos dos agentes políticos e públicos mais transparentes.

Paralelamente a esse movimento que ocorre no Brasil, onde as pessoas pedem qualidade na saúde, nos transportes e maior participação popular, Lindbergh observou que neste momento o mundo acompanha a atitude de dois jovens que, por meio das redes sociais, divulgaram informações confidenciais que eram consideradas secretas por algumas nações. E esses dois jovens – Julian Assange, criador do site WikiLeaks, de informações sobre governos, e Edward Snowden, ex-agente secreto que divulgou a informação de que os Estados Unidos espionam vários países – são considerados criminosos em seus países porque divulgaram tais informações.

Em seu discurso na tribuna, Lindbergh leu quarto cartas que circulam na internet – principalmente no facebook, de Assange, de Snowden, por exemplo, onde eles apenas dizem que contribuem para o que a sociedade mais deseja: transparência total, trazendo à público ações tomadas por governos contra outros governos; espionagem de pessoas e suas ações.

E para atender o que as pessoas no Brasil pedem, maior transparência e participação, Lindbergh destacou o projeto que relatou e que reduziu de 1% da população para 0,5% o número de assinaturas exigido para a apresentação de um projeto de iniciativa popular. Essa iniciativa, segundo ele, é um grande avanço e uma emenda ao projeto, de sua autoria, permitirá que esses projetos que vem da sociedade tenham a assinatura digital.

Ele observou que o último projeto que veio das ruas, o Ficha Limpa, que proíbe a candidatura de pessoas que respondem processos judiciais, reuniu mais de um milhão de assinaturas, mas não foi possível confirmar a veracidade dessas assinaturas. Por isso, os deputados assumiram a autoria do projeto para que ele fosse levado adiante. Com a assinatura digital, Lindbergh acredita que ficará menos burocrática a participação popular.

Aliás, Lindbergh fez uma provocação, ao dizer que é necessário ao Congresso Nacional criar novos canais de participação popular, colocando em consulta pública alguns projetos que vão ser transformados em lei. Como exemplo dessa participação, o senador lembrou a consulta recente na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro. Lá, perguntaram aos moradores se eles queriam um teleférico, mas responderam que o desejo não era esse meio de transporte mas, sim, melhorar o saneamento. “Portanto, temos algo novo e precisamos ter um novo olhar sobre o futuro da democracia, com mais transparência e participação popular. Isso vale para prefeitos e governadores de estado”, afirmou.

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