Lindbergh quer ampliar democracia participativa por meio da web

Lindbergh quer ampliar democracia participativa por meio da web

Relatório de Lindbergh permite que projetos de iniciativa popular possam ser assinados por meio eletrônico, reduz o número de assinaturas exigidas para a proposta dos cidadãos e autoriza a iniciativa popular também para emendas à Constituição

Senador petista defende a criação de
plataformas específicas para assegurar a
manifestação dos eleitores

O fortalecimento da democracia participativa e a utilização de mecanismos de democracia digital são essenciais para que o Legislativo esteja sintonizado com a sociedade, avalia o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), relator de uma proposta de emenda à Constituição que facilita os trâmites para a apresentação de proposições legislativas de iniciativa popular. O senador propõe que as duas Casas do Congresso criem plataformas específicas para assegurar a manifestação dos eleitores, “um processo que, ao contrário de fragilizar o papel do Legislativo, só o fortalecem na medida em que aprofunda a democracia participativa”.

Nesta quarta-feira (3), Lindbergh apresentou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado seu relatório à PEC 3/2010, do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). O parecer de Lindbergh permite que os projetos de iniciativa popular possam ser subscritos por meio eletrônico e acata as mudanças contidas no texto original que reduzem o número de assinaturas exigidas para a apresentação de proposições pelos cidadãos e autoriza a iniciativa popular também para emendas à Constituição — atualmente, apenas projetos de lei ordinária podem ser apresentados pela população.

Na sessão, a CCJ também aprovou o projeto de resolução do senador Luiz Henrique (PMDB-SC) que determina ao Senado a criação de um mecanismo que permita ao cidadão opinar sobre qualquer proposta legislativa em tramitação na Casa. A matéria também determina que, a partir de um cadastro com dados pessoais e identificação, cada cidadão possa apoiar ou recusar as proposições legislativas em tramitação. Essas manifestações serão computadas e divulgadas em tempo real no sítio do Senado Federal na internet. O PLS 77/2010 seguiu para apreciação no Plenário em regime de urgência.

Assinatura eletrônica
Ao apresentar o relatório da PEC 3/2011, Lindbergh Farias defendeu a possibilidade de subscrição dos projetos de iniciativa popular por meio eletrônico, como ele estabelece em seu parecer. O senador lembrou o esforço em torno da apresentação do projeto da Ficha Limpa para concorrentes a cargos eletivos. As 1,5 milhão de assinaturas necessárias foram colhidas em todo o País, reunidas em Brasília e trazidas ao Congresso em carrinhos de supermercado. “Hoje, até nossas declarações de Imposto de Renda são feitas pela internet, por que não adotar o mesmo sistema para a participação dos cidadãos no processo político?”

Lindbergh defende, ainda, que o Legislativo avance na criação de instrumentos que favoreçam a democracia participativa. Uma das possibilidades, sugere o senador, seria oferecer prazos para que a população se manifestasse sobre as matérias na pauta de votação do Congresso, por meio de espaços específicos nas páginas da Câmara ou do Senado e até mesmo opinar sobre a pauta das Casa legislativas, opinando sobre a ordem de prioridade de votação das matérias.

ana5

 Ana Rita defendeu a ampliação
dos mecanismos de democracia
participativa

A senadora Ana Rita (PT-ES), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, também defendeu a criação de ferramentas de cidadania digital e a ampliação dos mecanismos de democracia participativa. Atualmente, a Constituição já prevê a realização das consultas populares na forma de plebiscito e referendo e a apresentação de projetos de iniciativa popular.

A PEC 3/2011 amplia a possibilidade da população participar do processo legislativo, permitindo a propositura de Propostas de Emenda à Constituição por iniciativa popular. Neste caso, será exigido o número mínimo de assinaturas equivalente a 1% do total de votos válidos para a Câmara Federal nas eleições mais recentes. A PEC 3 também altera a exigência para a propositura de projetos de lei ordinária de iniciativa popular, do atual 1% do eleitorado para o,5%. Além disso, as propostas legislativas apresentadas pela população tramitarão em regime de urgência na Câmara e no Senado, trancando a pauta das Casa — nada pode ser votado antes que haja deliberação sobre essas matérias. O relatório de Lindbergh também incorporou a proposta do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) permitindo a iniciativa popular na apresentação de emendas a matérias que tramitam no Legislativo.

Cyntia Campos

Leia mais:

Conheça o substitutivo ao PLS 77/2010 aprovado

Conheça o relatório à PEC 3/2011

To top