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“Qual é o problema? Qual é o preconceito contra gente de fora?”, questionou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o projeto do Governo Federal de trazer médicos estrangeiros para suprir a carência de mão-de-obra especializada na área da saúde. Para ele, o programa Mais Médicos vai preencher um vácuo no serviço público de saúde. Lula falou sobre o assunto durante o Festival da Mulher Afro Latinoamericana e Caribenha, no Museu Nacional, em Brasília, na noite dessa terça-feira (23). “Eu precisa dizer isso aqui, porque isso estava atravessado na minha garganta”, desabafou, finalizando o seu discurso.
O ex-presidente destacou que “todo mundo” sabe que é preciso melhorar a saúde do Brasil, especialmente na periferia, onde as pessoas sofrem mais com a precariedade do serviço. “Quem mora na capital de São Paulo e procura os hospitais melhores não falta médico. Mas quem mora na periferia de Brasília sabe que falta, quem mora na periferia de São Paulo sabe que falta… Então, ao invés de ficar discutindo, a gente tem que encontrar uma solução. E uma das soluções é a gente tentar, enquanto a gente não tem o total (de médicos necessários), importar”, afirmou Lula, ressaltando que o programa Mais Médicos. “É preciso cuidar dos pobres deste País. Essas vagas precisam ser preenchidas e (…) se médicos brasileiros não querem trabalhar no sertão, vamos trazer médicos do exterior”, completou.
Lula também convidou entidades médicas e sindicatos para participarem da construção de outras propostas e soluções para a saúde pública do País. “Queremos encontrar uma solução conversando com os médicos e os sindicatos, porque o que está em jogo, na verdade, é a constatação de que algumas especialidades estão faltando, como pediatria e anestesista. Queremos é preencher esse vácuo”, afirmou.
Antes de encerrar sua fala, Lula observou que a falta de uma fonte de financiamento para saúde contribui para a deterioração dos serviços. Ele lembrou que “a elite brasileira” tirou, no primeiro ano do meu segundo mandato, a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira). “Isso significou, se somar o meu governo e os dois anos da Dilma, a retirada de mais de R$ 350 bilhões da saúde deste País”, enalteceu.
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