Em entrevista à Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, nesta quinta-feira (23), o ex-presidente Lula externou sua solidariedade ao povo mineiro pelas vítimas do coronavírus, especialmente aos familiares dos mais de dois mil mortos pela pandemia. Ele também se solidarizou com o povo brasileiro, hoje governado por alguém que, ao invés de governar, prefere receitar um medicamento ineficaz à população.
“Os brasileiros são vítimas de um presidente que se acha médico, resolveu ser infectologista e receitar remédio à população. As duas principais agências de saúde dos EUA descartaram o efeito da cloroquina e por isso o Trump doou 3 milhões de doses para o Brasil. Agora, ele está pressionando todos a usarem. A verdade é que a forma que o Trump encontrou de jogar a cloroquina dele fora foi mandando para o Bolsonaro usar. E ele segue defendendo o uso contra todas as orientações médicas”, afirmou o ex-presidente.
Sobre a atual crise política e humanitária que assola o país, Lula manifestou a sua preocupação com o desrespeito de Bolsonaro em relação à ciência e a sua opção pela violência.
“Eu fico preocupado porque o Bolsonaro tem apenas um ano e meio de governo e já existem mais de 40 pedidos de impeachment contra ele. Nós acabamos de sair de um processo de impeachment contra uma presidenta que não cometeu nenhum crime, nem um ato de improbidade administrativa, foi cassada porque era necessário cassar, para tirar o PT”, advertiu Lula.
“Agora, você tem um cidadão que está desrespeitando a ciência, desrespeitando a medicina, está desrespeitando a paz”, continua ele. “Você não vê o Bolsonaro com um livro na mão, nem falar de um livro, só vê ele falar de arma, é um presidente que acha que os problemas do mundo serão resolvidos com armas”. Para Lula, “os problemas do mundo não serão resolvidos com armas, mas sim com educação, com paz, com emprego, quando o Estado cumprir com as suas obrigações”, disse.