Em entrevista à TV 247 nesta terça-feira, 11, o ex-presidente Lula afirmou que “o Brasil não precisa de um Estado empresário, mas de um Estado forte, indutor do desenvolvimento do país”. Para Lula, o coronavírus mostrou que só um Estado forte é capaz de enfrentar e resolver os grandes problemas da sociedade. Na entrevista, também criticou a inoperância e a falta de comando do governo Bolsonaro diante da pandemia.
Além da pandemia, citou o exemplo do Luz Para Todos, que levou energia elétrica para locais isolados e sem lucratividade para os empresários. Defendendo o papel estratégico do Estado, Lula denunciou a política privatista de “serviçais e lambe-botas” que só sabem vender o patrimônio nacional. Para o ex-presidente, as empresas públicas são fundamentais para promover o desenvolvimento do país.
Na entrevista, Lula criticou a dependência do Brasil aos Estados Unidos e destacou não ter sentido ficar dependendo do dólar. “O FBI, a CIA e o governo norte-americano americano só não tentam golpe em seu país”, ironizou o ex-presidente. Para Lula, o Brasil sempre foi tratado pelos Estados Unidos como uma colônia.
“Os Estados Unidos jamais aceitaram o papel do Brasil como protagonista mundial”, disse Lula. Exemplificando incômodo recente dos EUA, Lula lembrou das políticas de integração regional e mundial patrocinadas em seu governo, que culminaram com o BRICS, a criação do banco da instituição e a perspectiva de moeda própria.
Ao responder sobre a fraude judicial da Lava Jato contra ele, Lula destacou que não se trata simplesmente de um julgamento político, de um processo normal. Para o ex-presidente “repor a verdade é trabalhar para salvar as instituições judiciárias do país”. Segundo ele, é preciso restabelecer as condições de pleno funcionamento.
Em relação aos operadores da Lava Jato, Lula reafirmou sua avaliação de que trata de uma “quadrilha” que deve prestar esclarecimentos à sociedade sobre seus crimes. Lula destacou que, sem isenção, “Moro se prestou a ser organizador”, e também que a Rede Globo cumpriu o papel de “orquestra principal para tornar o PT inexistente”.