Em discurso na cerimônia dos 20 anos do Bolsa Família, o presidente Lula celebrou o sucesso da iniciativa que retirou milhões de famílias da condições de pobreza e destacou a importância da iniciativa para o país.
“Graças a Deus, o Brasil tem um programa como o Bolsa Família, que não foi criado por mim, foi criado por nós. Esse não é um programa do governo, é um programa das pessoas que pensam com o coração, pensam em amor, fraternidade, solidariedade. (…) Viva o Bolsa Família”, disse.
A fala ocorreu durante videoconferência em cerimônia realizada nesta sexta-feira (20), na sede do Ministério de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), em homenagem às duas décadas do maior programa de transferência de renda do país.
“Hoje é o dia de olharmos para os nossos filhos, para cada criança deste país, e dizer: até 31 de dezembro de 2026, nós vamos acabar com a fome neste país”, disse também o presidente, que participa do evento de forma remota, falando do Palácio da Alvorada, ao lado da primeira-dama Janja da Silva.
Ele aproveitou a ocasião também para prestar solidariedade a todas as crianças que já foram vítimas das guerras que ocorrem hoje no mundo e pediu por paz. E defendeu o retorno das políticas sociais que vem implementando em seu terceiro mandato, citando que já são 42 os projetos sociais resgatados.
“Muito dinheiro na mão de poucos significa concentração de riquezas, empobrecimento, desnutrição, mortalidade infantil, significa fome. Agora, pouco dinheiro na mão de muitos, como é o Bolsa Família, significa o contrário. Significa a possibilidade de as pessoas comerem três vezes ao dia, tomarem suas vacinas, continuarem na escola e vivam o máximo que Deus permitir e não morram com um mês, dois meses, de desnutrição”, afirmou.
“Meus filhos puderam estudar”
Antes de Lula, integrantes do governo e pessoas ligadas à execução do Bolsa Família foram homenageados e fizeram uso da palavra. O discurso mais emocionante, no entanto, coube à psicóloga Raquel Lima Clemente, ex-beneficiária do Bolsa Família.
Raquel contou que, em determinado momento de sua vida, quando estava casada e com três filhos pequenos, viu sua família atingida pelo desemprego. Seu maior medo era o de repetir com seus filhos o que seus pais fizeram quando ela tinha 10 anos e a colocaram para trabalhar e ajudar nas despesas de casa.
“Nessa hora, fui no CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) fazer o Cadastro Único e ganhei o Bolsa Família. E, assim, meus filhos puderam estudar e puderam ser crianças. Eles não precisaram trabalhar porque eu tinha o Bolsa Família me dando esse suporte”, contou.
E prosseguiu: “Plantei uma semente quando fiz isso, porque hoje tenho dois filhos formados em engenharia mecânica. Um dia precisei do Bolsa Família, hoje não preciso mais. A gente não precisa ter vergonha do que a gente está passando nem de onde a gente veio. Eu não tenho”.