Lula ainda tem ao seu lado as pesquisas de intenção de voto. Após quase três anos apanhando diariamente e investigado até o último fio de cabelo, ele se manteve firme. E sua resistência cresceu na medida em que o governo golpista avançou sobre os direitos dos trabalhadores. Nesse sentido, o povo percebe que o único capaz de reconduzir o país ao crescimento econômico e social é justamente aquele que Moro persegue implacavelmente.
No corner tucano
Já Moro vai enfrentar Lula em um momento de baixa. Há meses ele vem sendo desgastado pela defesa do ex-presidente. Não adianta fugir, já colou a pecha de juiz seletivo e que protege os tucanos. Seja ao não acusar os emplumados, como fez Fachin ao levantar o sigilo das investigações, seja aparecendo risonho em fotos comprometedoras. Nem mais a velha mídia esconde isso ao ilustrá-lo de amarelo e azul, tradicionais cores do PSDB.
Na linha da cintura
Recentemente, o juiz perdeu para Lula a disputa pelas 87 oitivas. O Tribunal Regional Federal (TRF-4) reformou a decisão e desobrigou o petista a participar de todos os depoimentos. Não só isso. Moro perdeu e se perdeu quando as delações de Duque e Léo Pinheiro não surtiram efeito negativo em Lula. Delações divulgadas logo após as pesquisas revelarem um Lula favoritaço. A armadilha requentada não colou. Armadilha que pode se repetir no depoimento do dia 10, quando o juiz Sérgio Moro poderá interpelar Lula sobre documentos da Petrobras aos quais seus advogados não tiveram conhecimento prévio.
#Clubistas
Agora, Moro tenta minimizar o impacto do depoimento de Lula como um torcedor tenta diminuir o título do time rival. Ele quer dar um caráter institucional do que era pra ser a espada cravada no peito da principal liderança popular do Brasil. É certo que seus aliados, MBL, juízes que não resistem a um print nas redes sociais e imprensa se esforçaram para dar contornos épicos ao juiz neste momento. No entanto, a baixa popularidade de Moro abafará sua tentativa de triunfo. Ele frustrará seus fãs na medida em que não poderá prender Lula no dia 10.
Carro aberto
Já o ex-presidente deve sair do depoimento diretamente para a Boca Maldita onde, junto à militância, fará discurso em defesa da democracia e dos trabalhadores e contra os golpistas e as reformas. Cada vez mais o presságio de Lula se concretiza: “Se me prenderem, viro herói; se me deixarem solto, viro presidente”.