O ex-presidente Lula emocionou a todos e todas com a sua presença no 12º CNTTR. Com um discurso empolgante, motivou os trabalhadores e as trabalhadoras rurais para a luta, para a unidade e para buscar mais avanços nas políticas sociais. Lula também relembrou os seus investimentos que fizeram o Brasil avançar no combate à pobreza, na diminuição das injustiças sociais e na valorização e fortalecimento da agricultura familiar.
“Estava aqui lembrando da aprovação da Constituição em 88. O PT foi contra porque queríamos mais, mas assinamos porque queríamos participar desse importante momento. Ali aprovamos uma coisa que considerávamos um avanço que foi a inclusão dos agricultores e agricultoras familiares como segurados especiais no Regime Geral da Previdência Social, como também o benefício do BPC, que foi um avanço extraordinário. E hoje, as pessoas que ocupam cargos desse governo, não conhecem o que significa um salário mínimo na vida das pessoas que moram no interior desse país, que faz essas pessoas comerem pão, arroz e feijão todos os dias. Isso é investimento!”
Lula também relembrou dos benefícios gerados pelo programa Fome Zero. “Quando começamos com o programa Fome Zero, começamos com o valor de 50 reais. Criticavam muito, falavam que era esmola. Eu só queria começar e garantir ao pobre, à mulher e ao velho acordar e ter um pedaço de pão para comer. Se o povo comesse cimento eu faria estrada, mas o povo come pão. Com a barriga cheia, o povo vai trabalhar.”
[blockquote align=”none” author=”Lula”]“A CONTAG tem história, as mulheres rurais têm história, e quem tem história não pode aceitar retrocesso. Se trata da gente preparar o nosso povo contra os retrocessos. Que façam valer a trajetória de lutas de vocês, já conquistaram a paridade e que sirva de exemplo para as demais entidades”[/blockquote]
Também falou de outras políticas e do poder de compra da população que sempre visou em seu governo. “Com o meu diploma primário, eu falo que para resolver o problema da Previdência é só gerar 22 milhões de empregos que o Lula gerou. Vocês lembram dos benefícios do PAA, do Luz para Todos, e me arrependo de não ter investido mais. A educação é o maior investimento que pode ser feito em um país, isso é dar igualdade de oportunidades. A inteligência não tem nada a ver com pobre ou rico. Eles querem diminuir o pouco de conquista que tivemos nos últimos anos. As pessoas querem ter o direito de comprar, querem entrar no supermercado para comprar e não ficar de fora só olhando. Estamos vivendo tempos difíceis porque estávamos acostumados a conseguir as coisas. Quem aprendeu a comer carne de primeira não quer voltar a comer carne de segunda. Quem está errado não é quem quer, está errado quem nega. Estão cortando tudo!”, reforçou Lula.
O companheiro Lula destacou, ainda, a importância da CONTAG na luta pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais brasileiros(as) e elogiou a entidade pela efetivação da paridade. “A CONTAG tem história, as mulheres rurais têm história, e quem tem história não pode aceitar retrocesso. Se trata da gente preparar o nosso povo contra os retrocessos. Que façam valer a trajetória de lutas de vocês, já conquistaram a paridade e que sirva de exemplo para as demais entidades”.
Congresso da paridade de gênero
O 12º Congresso Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (12º CNTTR) começou com muita empolgação e com muita alegria. São 53 anos de história da CONTAG e esse congresso cumpriu a deliberação de efetivar a paridade de gênero na participação de delegados e delegadas e na composição da nova Diretoria para a Gestão 2017-2021. A presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também provocou muita emoção às mais de duas mil pessoas de todo o País, que participaram da abertura do 12º CNTTR, na noite desta segunda-feira (13), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
A solenidade de abertura também contou com a presença de toda a Diretoria da CONTAG, das Federações e dos Sindicatos filiados, bem como de muitas personalidades, como o presidente da Confederação Nacional dos Assalariados e Assalariadas Rurais (CONTAR), Antonio Lucas Filho; do secretário geral da Regional Latino-Americana da União Internacional dos Trabalhadores na Alimentação (Uita), Gerardo Iglesias; do secretário geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Ulrich Steiner; deputados(as) federais; senadores(as); representantes do Governo do Distrito Federal; do presidente da CUT, Vagner Freitas; do presidente da CTB, Adilson Araújo; de representantes da Via Campesina e de outras organizações do Campo Unitário; de prefeitos; vereadores; de representantes do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola para América Latina e Caribe (FIDA), entre outros convidados e convidadas.
[blockquote align=”none” author=”Alberto Brock, da CONTAG”]“Vamos fortalecer a nossa organização, valorizando a democracia interna, a transparência e a nossa capacidade de mobilização. Vamos reconhecer e valorizar a importância dos sujeitos do campo. Nesta caminhada, percebemos que muito já foi feito e conquistado. Não vamos parar de lutar enquanto houver pobreza e injustiça no campo”[/blockquote]
“Esse congresso é resultado de uma longa jornada de trabalho, construímos um grande debate nacional, envolvendo as lideranças, e fizemos uma profunda reflexão política. Este congresso marca a mudança na trajetória de luta da CONTAG: depois de mais de 50 anos de luta conjunta, os agricultores e agricultoras familiares e assalariados e assalariadas rurais agora contam com dois sistemas de organização sindical. É por essa razão que vamos trabalhar com coragem e compromisso para avançar na defesa dos agricultores e agricultoras familiares brasileiros(as)”, destacou o presidente da CONTAG, Alberto Broch.
O dirigente também fez referência ao atual momento político e econômico nacional. “Vejo com tristeza e indignação o que vem acontecendo no nosso país, uma profunda crise política e ameaça à nossa jovem democracia. Outro desafio é impedir que os deputados e deputadas façam o Congresso Nacional retroagir, com a tentativa da venda das terras públicas para os grandes fazendeiros daqui e do exterior, através de uma medida provisória. Os maiores patrimônios de um país são o seu povo e o seu território”, defende Broch.
Aproveitando a presença do presidente Lula, Alberto Broch reconheceu os avanços obtidos pela agricultura familiar nos Governos Lula e Dilma, com políticas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), habitação rural, Luz para Todos, Pronaf, entre outras.
Broch destacou, ainda, o avanço na organização da juventude, das mulheres e da terceira idade, e o avanço com a garantia da paridade de gênero em todas as instâncias do MSTTR. “Vamos fortalecer a nossa organização, valorizando a democracia interna, a transparência e a nossa capacidade de mobilização. Vamos reconhecer e valorizar a importância dos sujeitos do campo. Nesta caminhada, percebemos que muito já foi feito e conquistado. Não vamos parar de lutar enquanto houver pobreza e injustiça no campo. Podemos afirmar que a unidade na diversidade é um amadurecimento das forças políticas que compõem esse movimento, exemplo disso está na conquista de uma chapa única para as eleições da CONTAG. Porém, não podemos perder a capacidade de promover mudanças para fortalecer o nosso MSTTR. Viva a CONTAG! Viva o 12º CNTTR!”, reforça o presidente da CONTAG.
Efetivação da paridade
A secretária de Mulheres da CONTAG, Alessandra Lunas, iniciou o seu discurso fazendo uma calorosa saudação às mulheres trabalhadoras rurais e expressando sua solidariedade ao presidente Lula com a perda de sua companheira. “Marisa Letícia, presente!”. A dirigente destacou alguns dos grandes desafios colocados ao 12º CNTTR e às mulheres. “Um deles é o da maior confederação desse país de continuar avançando. E só nós, mulheres, sabemos o que significa o primeiro congresso da CONTAG paritário. Não é uma conquista de ontem. É uma conquista que nasceu do sonho de cada companheira. Essa entidade tem compromisso com a luta igualitária. Esse é um exemplo que a CONTAG está dando para as suas federações e sindicatos, que ainda nem cumprem o mínimo de 30% de mulheres em suas direções”, destacou Alessandra.
A secretária de Mulheres também fez referência às grandes ações realizadas no 8 de Março, quando as mulheres denunciaram o desmonte da Previdência Social. “Não tivemos medo de ir às ruas No 8 de Março foi lindo! Mostramos a nossa força. No entanto, foi vergonhoso ver um presidente golpista dizer que lugar da mulher é na cozinha e cuidando dos filhos. É de uma visão como essa que entendemos porque tanto retrocesso, porque não veem a classe trabalhadora como principal impulsionadora do desenvolvimento do País. A nossa Constituição está sendo rasgada. Fizemos a diferença todos esses anos nos Governos Lula e Dilma e é com essa força e ousadia que não abaixaremos a cabeça. Tenho certeza que em 2018 a esperança vai vencer o medo!”, reforçou a dirigente da CONTAG.
Valorização da lula
O secretário geral da CNBB, Dom Leonardo, destacou a importância da CONTAG e da população rural. “Acho que do campo que virá uma nova ética e uma nova solidariedade. Gostamos de ajudar mutuamente e gostaria de lembrar o que o santo Papa vem insistindo: teto, trabalho e terra. É assim que a agricultura familiar gosta de trabalhar, viver e de ajudar os nossos irmãos e irmãs.”
Gerardo Iglesias, da Uita, também destacou a história de luta e organização sindical da CONTAG. “Muitos torciam por um congresso dividido, e a CONTAG mostra o seu amadurecimento político e sua unidade.”
Os presidentes das centrais sindicais CTB, Adilson Araújo, e da CUT, Vagner Freitas, destacaram os retrocessos vividos no país e denunciaram o desmonte da Previdência. As duas centrais reafirmaram a luta conjunta com a CONTAG por nenhum direito a menos.
Matéria originalmente publicada no site da CONTAG.
Reprodução autorizada mediante citação do site PT no Senado