Lula, para trabalhadores do setor financeiro: “Nossa mudança foi provar que o pobre não era o problema. Nós provamos que incluir o pobre na economia era a solução. E deu certo”Durante abertura de seminário de trabalhadores do setor financeiro, Lula frisou que melhoras dos últimos doze anos são uma “revolução democrática”
Em mais uma oportunidade para dar resposta à propaganda enganosa do PSDB na televisão, porém sem deixar de reconhecer que há dificuldades no governo da presidenta Dilma Rousseff e no PT a serem enfrentadas – e resolvidas – o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, na abertura do Seminário Nacional de Estratégia do Ramo Financeiro, na noite desta quarta-feira (20), que as melhoras que o País – e os brasileiros, em particular – experimentaram nos últimos doze anos representam uma “revolução democrática”. “Esse país melhorou, virou motivo de orgulho para brasileiros no mundo inteiro. Vocês me ajudaram a fazer a revolução que fizemos neste país, a revolução democrática”, exortou o ex-presidente, no evento organizado pela Contraf, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro.
Lula não fugiu dos problemas que atualmente acossam não só o Brasil, mas praticamente todos os países do mundo, mas sublinhou que se trata de um problema conjuntural – e não propriamente do governo, e que o Partido dos Trabalhadores é a única força política capaz de resolver esses problemas, sem as seguidas temporadas de recessão que atravessaram os oito anos de governo do PSDB.
“É preciso reconhecer que existem dificuldades e que somos nós que vamos resolver. E isso se resolve levantando a cabeça, não abaixando”, apontou o ex-presidente para a plateia de líderes do movimento sindical.
“Vocês são do setor financeiro. Vocês lembram que quando eu cheguei à Presidência só se falava em demissão e privatização de bancos. Como mudamos isso? Antes de nós, os que governaram esse país achavam que esse país tinha que ser governado para 35% porque sociologicamente eles estavam confirmados de que quem nasceu pobre tinha que morrer pobre. Nossa mudança foi provar que o pobre não era o problema. Nós provamos que incluir o pobre na economia era a solução. E deu certo”, afirmou Lula
O ex-presidente fez questão de frisar que, embora o noticiário esconda, a crise que vem sendo enfrentada pela presidenta Dilma é mundial – e não uma exclusividade do Brasil. “Me convidem pro próximo congresso pra gente falar se as coisas melhoraram ou não neste país”, desafiou Lula, para completar: “O que não podemos é deixar que aqueles que perderam se comportem como se tivessem ganho e nós, que ganhamos, nos comportemos como se tivéssemos perdido.”
O ex-presidente deixou claro que é preciso coragem e muito trabalho para fazer os ajustes necessários, mas que está otimista. “Não há nenhum motivo para não acreditar neste país. Poucos países têm as condições para o desenvolvimento que o Brasil têm. Temos um mercado interno forte, um povo trabalhador, um setor bancário público de fazer inveja ao mundo. Os desafios estão aí, precisamos de uma nova política industrial, precisamos exportar mais… Mas tudo isso só se resolve com trabalho e confiança no país”.
Para Lula, o mau-humor é patrocinado por quem quer fazer a disputa política fora da política. “E eles não querem mais atacar a Dilma. Eles querem balear o Lula. Depois que eu fiz um vídeo fazendo ginástica eu já ganhei duas capas de revista e uns 30 editoriais”, brincou.
Também falaram na noite desta quarta o presidente da Contraf, Roberto von der Osten, e Juvandia Moreira Leite, presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, e Wagner Freitas, presidente da CUT.
O “Seminário Nacional de Estratégia do Ramo Financeiro – Diretrizes para a disputa da hegemonia na sociedade e ação sindical” vai até o dia 22 deste mês, em São Paulo.
(Com informações do Instituto Lula)
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula