O ano de 2021 ficará marcado na história como aquele em que Lula reiniciou o processo de reconstrução de um Brasil devastado por mais de cinco anos de atrasos e retrocessos da dupla Temer-Bolsonaro, desde o golpe contra a presidenta Dilma. Mesmo com todas as restrições impostas pela pandemia de covid-19, Lula retomou a caminhada pelo Brasil profundo, tendo realizado uma exitosa caravana por alguns estados do Nordeste, e levou esperança ao mundo ao ser recebido pelas principais autoridades e lideranças da Europa e da América Latina, um verdadeiro estadista.
O último grande ato internacional, deste ano, com a participação de Lula, na Plaza de Mayo, com mais de 250 mil pessoas entoando palavras de ordem pela volta do ex-presidente ao governo, dá a dimensão da relevância e do gigantismo de Lula para o planeta. Foi a primeira vez na história que uma liderança brasileira participou de um evento de massas dessa magnitude, na Argentina, reunindo o presidente Alberto Fernandez, a vice-presidenta Cristina Kirchner e o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica.
Lula traz de volta a centralidade e a racionalidade ao processo político brasileiro e mundial, contaminado por uma extrema direita negacionista, anticientífica, obtusa, predadora do meio ambiente, antidemocrática e anticivilizatória. Lula é o oposto disso. Ele representa o resgate do processo político na melhor concepção da palavra, ou seja, na busca do multilateralismo, da autodeterminação dos povos, do diálogo, do respeito integral aos direitos humanos e à democracia, da justiça social e da construção de um mundo sustentável para as próximas gerações.
Lula coloca novamente como agenda prioritária do concerto das nações o combate à fome, que atingiu 2,37 bilhões de pessoas no mundo, em 2020, o enfrentamento da desigualdade e a busca de novas formas de financiamento para combater o aquecimento da emergência climática, de forma associada ao combate da pobreza. Por isso, Steve Bannon, uma das principais lideranças globais da extrema direita e envolvido em esquemas de disseminação da fake news pelo mundo afora, tem declarado que Lula é o mais o esquerdista mais perigoso do mundo.
Foi fundamental, este ano, também o reconhecimento, ainda que tardio, da parcialidade do ex-juiz Sergio Moro, nas ações conduzidas contra Lula, sem uma única prova. Neste particular, merecem destaque os votos do ministro Lewandowski e do gigantesco ministro Gilmar Mendes, que recolocaram a Suprema Corte no papel fundamental de guardiã da Constituição e dos direitos e das garantias individuais de todos os brasileiros e brasileiras, dando um freio aos arroubos autoritários de parte do judiciário e do Ministério Público.
É verdade que 2021 também escancarou a falência definitiva do modelo neoliberal, especialmente, a partir do gigantesco fiasco que tem sido a política econômica do governo Bolsonaro. Chegamos ao fim do ano com o Brasil em recessão técnica, com quase 14 milhões de desempregados, 15 milhões de subempregados, 20 milhões de pessoas que não tem o que comer no dia a dia e 120 milhões em situação de insegurança alimentar. Sem falar na barbárie que foi a condução da pandemia por parte do governo Bolsonaro em nosso país, que resultou em mais 615 mil mortos.
As principais nações já buscam alternativas ao Consenso de Washington, colocando no centro do debate estratégico global as transições ambiental, ecológica e digital, com justiça social. O Plano Biden, nos Estados Unidos, com uma proposta inicial de investimentos na ordem de 2,25 trilhões de dólares, e a Nova Geração da Europa, com a previsão de investimentos de 750 milhões de euros, abrem espaço para o avanço de políticas anticíclicas em todo o mundo.
É nesse sentido, que Lula tem liderado um projeto de reconstrução do nacional, que rompa com essa lógica neoliberal e que concilie estabilidade, crescimento, justiça social, soberania e projeção internacional. Ampliando alianças e formando um grande bloco democrático, o ex-presidente segue firme como maior liderança popular da história e grande favorito para vencer as eleições presidenciais do ano que vem.
Não tenho dúvidas que 2022 será o ano do reencontro definitivo de Lula com o povo brasileiro. Será também o ano em que a democracia derrotará o autoritarismo e que a ciência derrotará o negacionismo. Será o ano de uma campanha que vai cativar e mobilizar todo o Brasil. Será o ano de uma onda de esperança que vai eleger Lula presidente novamente para subir, pela terceira vez na história, a rampa do Palácio do Planalto.
Artigo originalmente publicado no Brasil 247