“Nós que somos do PT temos a obrigação de ter uma certa humildade numa hora dessas. Lula só está assumindo por conta das dificuldades que o nosso governo está enfrentando”O senador Jorge Viana (PT-AC), primeiro vice-presidente do Senado, foi contundente ao analisar nesta quarta-feira (16), em discurso, a crise política que o País vive, onde se percebe pouco diálogo. Para reverter esse quadro de esgarçamento, ele crê que o ex-presidente Lula, ao compor o governo, empresta seu próprio nome, sua credibilidade, sua disposição de trabalho, e seu conhecimento para ajudar a presidenta Dilma terminar bem esses dois anos e oito meses de mandato que ela tem. “Eu prefiro acreditar nisso, sinceramente. E eu quero poder colaborar, porque nós estamos vivendo uma situação tão dramática que já não havia mais saída, e eu espero que a saída seja pela política; eu espero que a saída seja pelo diálogo”, afirmou.
Viana repetiu que o momento de dificuldade que o Brasil enfrenta demanda que cada pessoa dê o melhor do que tem de melhor, e não aquilo que tem de pior. “Mas há alguns que estão oferecendo o que têm de pior para o País. Por isso quero passar minha confiança de que Lula vai conseguir retomar o diálogo com setores da oposição, com o Congresso, e fazer aquilo que é sua vocação, enfrentar e vencer conflitos”, disse o vice-presidente do Senado.
Jorge Viana acrescentou que “nós do PT precisamos ter certa humildade” e reconhecer “aquilo que nos cabe: a presidenta Dilma não conseguiu assumir, na plenitude, o seu segundo mandato. Temos sofrido. Tem sido difícil”, pontuou. Mas o senador observou que é verdade, também, o inconformismo daqueles que perderam as eleições e existiu uma ação de intolerância que germinou. “Ontem fiz a leitura de uma manifestação que ouvi na CBN. Uma jornalista falava que a semente do ódio, da intolerância havia germinado no nosso País. Eu acho isso péssimo. Se formos olhar a história dos golpes no nosso País, e em países vizinhos, há um enredo, há normalmente uma narrativa e essa narrativa está acontecendo no nosso País”, disse.
O senador destacou que na primeira conversa que tiver com o novo ministro chefe da Casa Civil para reforçar o pedido para que Lula fale para o País, para que busque o diálogo, o entendimento com setores da oposição, e com os setores que estão, neste momento, descontentes com o governo.
Marcello Antunes