Ricardo Stuckert

Vagas estarão abertas para adesão dos gestores de 4.771 municípios, priorizando regiões de maior vulnerabilidade e áreas de difícil acesso
O governo Lula anunciou a ampliação do Programa Mais Médicos, com a publicação do primeiro edital de 2025 para a contratação de 2.279 novos profissionais. Com essa medida, o Ministério da Saúde (MS) espera alcançar uma meta de 28 mil médicos em atividade no país, promovendo o fortalecimento da atenção primária e agilizando o encaminhamento para atendimento especializado.
As vagas serão abertas para adesão dos gestores de 4.771 municípios, priorizando regiões de maior vulnerabilidade e áreas de difícil acesso. Com Lula, o programa beneficia mais de 66 milhões de brasileiros e, com as novas contratações, a expectativa é de ampliar esse alcance.
Prontuário eletrônico
Além da expansão do número de profissionais, uma ferramenta essencial para a integração do atendimento está sendo reforçada com o prontuário eletrônico do Sistema Único de Saúde (SUS), conhecido como e-SUS APS . Ele permite a comunicação entre a atenção primária e especializada, reduzindo o tempo de espera para consultas com especialistas.
“Gostaria de fortalecer a importância da conexão entre o Mais Médicos, o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde e o nosso esforço contínuo para reduzir o tempo de espera para atendimento especializado, que é uma das principais preocupações da nossa gestão”, destacou o da Saúde, Alexandre Padilha.
O sistema permite que o médico acompanhe o histórico do paciente, verifique se os exames estão atualizados e se as consultas de retorno foram realizadas, facilitando a continuidade do cuidado.
O coordenador do Setorial Nacional de Saúde do PT , Rodrigo Leite, comemora a ampliação do programa Mais Médicos, destacando os benefícios para a população brasileira.
“A expansão do Mais Médicos é uma grande notícia, porque esse programa está ampliando o número de profissionais participantes no país. O que isso significa? Que temos mais médicos atendendo na periferia, no interior e nas regiões mais remotas do Brasil”, afirmou.
Leite ressaltou que a iniciativa representa um avanço no acesso à saúde para uma população que depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS). “Setenta por cento da nossa população tem no SUS sua única fonte de atendimento A expansão do Mais Médicos agora vai beneficiar a maioria dos brasileiros”, enfatizou.
Ele ainda destacou a importância da atuação do governo na ampliação do programa. “É uma grande realização do presidente Lula, sob a liderança do nosso ministro Alexandre Padilha. Estamos felizes e temos que comemorar: mais médicos para a nossa população brasileira”.
Governo Lula reajusta em 8,4% evolução dos profissionais do Mais Médicos
Etapas do edital e prazo para adesão
O processo seletivo do Mais Médicos segue um cronograma previsto pelo Ministério da Saúde. Os gestores municipais interessados na adesão ao programa deverão inscrever-se por meio do sistema e-Gestor até dia 24 de março. O resultado do edital será divulgado no dia 8 de abril, e os médicos selecionados deverão iniciar suas atividades em maio.
O edital também prevê vagas afirmativas para médicos negros, quilombolas, indígenas e pessoas com deficiência, reforçando o compromisso do programa com a promoção da igualdade étnico-racial e a inclusão social.
Entre os 4.771 municípios que poderão receber profissionais, 1.296 terão vagas imediatas, enquanto os demais 3.475 poderão manifestar interesse em ampliar o número de médicos. A região da Amazônia Legal será contemplada com 473 vagas distribuídas em 709 cidades.
Recepção de médicos formados no exterior
Outra frente do programa é a incorporação de profissionais formados no exterior. Nesta segunda-feira (17), o Ministério da Saúde recebeu 402 médicos que passaram pelo Módulo de Acolhimento e Avaliação (MAAv). Eles atuarão em 22 estados, sendo inicialmente alocados em cerca de 180 municípios e 15 Distritos Sanitários de Saúde Indígena.
O MAAv, realizado em parceria com o Ministério da Educação (MEC), segue até 11 de abril e inclui aulas sobre o SUS, saúde mental, equidade étnico-racial e atendimento a populações vulneráveis. Para aprovação, os médicos precisam atingir uma média mínima de 50% na avaliação final.
A médica Sandra Padilha, uma das profissionais recém-chegadas ao programa, prevê sua expectativa sobre atuar em regiões remotas: “Me formei no exterior aos 40 anos e tenho muito amor pelo SUS Vou trabalhar na terra indígena do Amazonas, no Vale do Javari, onde sei que há muito a ser feito para ajudar muitas pessoas.”
Mais Médicos
Criado no governo do PT em 2013, com a presidente Dilma Rousseff, para suprir a demanda dos profissionais de saúde nas áreas com carência de médicos, o Mais Médicos mudou a vida do povo brasileiro, que precisa de cuidados com a saúde. Estudos indicam que a presença de profissionais no programa prejudica o número de encaminhamentos para especialistas, atrasa os custos hospitalares e melhora a assistência nas comunidades.
“O aumento do número de médicos fortalece muito as equipes de saúde da família e melhora a resolutividade dos problemas de saúde na atenção primária”, afirmou o ministro Padilha.
Após desmontes com o governo Bolsonaro , Lula recriou o programa e praticamente dobrou o número de médicos em atividade, passando de 13,1 mil para os atuais 26 mil profissionais. A expectativa para 2025 é que o Mais Médicos alcance o maior número de profissionais ativos em Distritos Sanitários Indígenas, com 591 médicos dedicados a essas questões.
Com a expansão do programa e a integração do prontuário eletrônico, o governo Lula pretende garantir um atendimento mais rápido e eficiente, ampliando o acesso à saúde para milhões de brasileiros e brasileiras.