Após participar, na quinta-feira (13), em Xangai, da posse de Dilma Rousseff como presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento, também chamado de Banco dos Brics, e visitar empresas, Lula se reúne, nesta sexta (14), com o presidente da China, Xi Jinping, e assina importantes acordos entre os dois países.
Serão firmados cerca de 20 acordos em diversas áreas, como saúde, tecnologia, agricultura, combate à fome, internet e meio ambiente. Um deles prevê a construção conjunta do satélite CBERS-6, cuja tecnologia permitirá o monitoramento da Amazônia e outros biomas mesmo com nuvens, o que garantirá um combate ao desmatamento mais eficaz.
Para Lula, países em desenvolvimento devem se unir para, juntos e de forma soberana, alcançarem seus objetivos comuns, como o combate à pobreza e à fome e o aumento da renda e da qualidade de vida de suas populações. E um exemplo claro de que essa união é possível é o NDB, criado em 2014 e agora comandado por Dilma.
“A decisão de criar este banco foi um marco na atuação conjunta dos países emergentes. As necessidades de financiamento não atendidas dos países em desenvolvimento eram e continuam enormes”, afirmou Lula ao discursar na cerimônia de posse da Dilma.
“Pela primeira vez, um banco de desenvolvimento de alcance global foi estabelecido sem a participação de países desenvolvidos em sua fase inicial. O Novo Banco de Desenvolvimento tem um grande potencial transformador, na medida em que liberta os países emergentes da submissão às instituições financeiras tradicionais, que pretendem nos governar, sem que tenham mandato para isso”, completou.
Lula defendeu ainda que o NDB possa ajudar os países emergentes a realizar suas trocas comerciais utilizando suas próprias moedas, e não apenas o dólar. “Todas as noites eu me pergunto por que os países estão obrigados a fazer seu comércio lastreado no dólar? Por que não podemos fazer na nossa moeda? Hoje, um país precisa correr atrás de dólar para poder exportar, quando poderiam exportar em sua própria moeda.”
Dilma, por sua vez, afirmou que o banco agora presidido por ela não servirá apenas aos países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). “Assumir a presidência do NDB é sem dúvida uma grande oportunidade para fazer mais não só pelos países Brics, mas para outros países emergentes e em desenvolvimento”, assegurou.