Entrevista

Lula: “Primeiro discutir o Brasil, depois candidaturas”

“Não sei se vou ser candidato. Isso depende do contexto político, do partido, da sociedade. Eu sem dúvida estarei à disposição se for pra derrotar o Bolsonaro”, afirmou Lula. “Mas acho que temos que discutir o Brasil e depois discutirmos candidaturas”, advertiu o ex-presidente
Lula: “Primeiro discutir o Brasil, depois candidaturas”

Foto: Reprodução

O ex-presidente Lula defendeu que é preciso discutir primeiro a situação do país e, depois, candidaturas presidenciais, em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, nesta quinta-feira, 11, no Uol. “Não sei se vou ser candidato. Isso depende do contexto político, do partido, da sociedade. Eu, sem dúvida, estarei à disposição se for pra derrotar o Bolsonaro”, afirmou Lula. “Mas acho que temos que discutir o Brasil e depois discutirmos candidaturas”, advertiu o ex-presidente. Lula lembrou que o partido já apresentou um programa de reconstrução e transformação do Brasil, e elogiou a iniciativa de Fernando Haddad de percorrer o país.

Acusando Bolsonaro de genocida pela sua postura “insana e debochada”  diante da pandemia, Lula denunciou a situação econômica e social do país. “Veja quantas empresas já fecharam no governo Bolsonaro. Veja a quantidade de pessoas desempregadas”, questionou ele. “É preciso fazer auxílio emergencial, é preciso ajudar as pequenas e médias empresas pra manter gente empregada, é preciso cuidar da vacina rapidamente”, agregou. E apresentou a solução: “é urgente combater a desigualdade social. Isso tem que estar no topo da lista”, dos debates no país, afirmou. “O que tem que fazer é combater a desigualdade social. Ela tem de estar no item 1 de todas as discussões que a gente for fazer. Se não, esse país vai ser governado para meia dúzia de pessoas”, completou.

Ao ser perguntado sobre o julgamento dos processos da operação Lava Jato junto ao STF, Lula destacou que “a Suprema Corte não vai julgar só o Lula, vai julgar o direito à Justiça. É isso o que está em jogo”. O ex-presidente reafirmou que “ninguém é contra investigar corrupção. Mas esses canalhas não estavam atrás de combater a corrupção. Eles queriam criar uma República de Procuradores”, disse. Lula alertou que operação Lava Jato “legalizou o roubo”, deixando “na boa vida” delatores e se vendendo aos EUA por interesses econômicos. “Não sei qual será a decisão da Suprema Corte. O que sei é que sou refém de uma mentira inventada pela quadrilha de Curitiba. E espero que eles tomem a decisão de anular todas as mentiras contra mim. O que reivindicamos é um julgamento justo”, continuou.

Identificando a colaboração norte-americana com a Lava Jato, Lula afirmou que a operação atuou contra os interesses nacionais de setores da indústria de infraestrutura e do petróleo e gás, em especial. “Os americanos nunca vão aceitar que o Brasil possa ser protagonista, por isso preferem um governo que seja capacho”, considerou. “Se o PT voltar ao governo esse país vai ter uma política externa soberana. E nós já provamos que é possível fazer isso. E advertiu que, neste momento, “não tem política externa brasileira. Eu nunca na minha vida imaginei que o Brasil poderia viver a degradação internacional que o Brasil está vivendo”. Para Lula, “nós não temos um Ministro de Relações Exteriores, nós temos um energúmeno. O Brasil nunca esteve tão por baixo”.

Confira a íntegra da entrevista

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