Entrevista

Lula quer progressistas no parlamento

Em entrevista à TV 247, o ex-presidente cobrou a responsabilidade dos agentes da Lava Jato na quebra da economia e assegurou que vai o Brasil vai reconquistar o protagonismo internacional que teve nos governos petistas
Lula quer progressistas no parlamento

Resgatar a capacidade econômica do País e restaurar os direitos sociais que vêm sendo desmontados desde o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, não é tarefa fácil para um presidente fazer sozinho. “Precisamos melhorar nossa capacidade de escolher os parlamentares”, alerta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não descarta lançar “A Lista de Lula” para recomendar candidatos ao parlamento no pleito deste ano.

Ele reafirmou seu compromisso com a convocação de um referendo revogatório para reverter as medidas antinacionais e antipovo adotadas por Temer e seus aliados, ou até mesmo de uma nova Assembleia Nacional Constituinte. “A Carta de 1988 não existe mais. Foi rasgada em prosa e verso”, afirmou Lula em entrevista concedida nesta quarta-feira (14) aos jornalistas Leonardo Attuch e Paulo Moreira Leite, do site Brasil 247.

Interesses estrangeiros
Ao longo de 1h30 de entrevista — disponível na página do Facebook do 247 e no canal do site no Youtube – Lula voltou a cobrar provas que justifiquem sua condenação pela justiça e criticou a “atuação pirotécnica” dos líderes da Operação Lava Jato, cujos resultados prejudicaram profundamente o País ao paralisar a economia e quebrar empresas de grande porte. “Esse bando de meninos do MP está a serviço de interesses estrangeiros. Essa molecada não tem sentimento de Brasil?”

[blockquote align=”none” author=”Luiz Inácio Lula da Silva”]Essa molecada do MP não tem sentimento de Brasil?[/blockquote]

O ex-presidente cobrou responsabilidade dos agentes atuando na lava Jato. “Em qualquer lugar do mundo, quando se encontra corrupção em uma empresa, se prende o empresário. Aqui eles fecham a empresa”. Sobre sua condenação, Lula reiterou o desafio: “Se provarem que cometi crime, que eu seja punido como qualquer outro brasileiro. Se eu não cometi, que eu seja inocentado e os juízes, procuradores, policiais sejam exonerados. Os cargos que eles ocupam importantes demais para a sociedade e eles ganham muito bem. Têm que ter responsabilidade”.

“Beijar meu pé”
Sobre a campanha de ódio movida contra ele e o PT, Lula aponta que a elite brasileira não aprendeu a conviver com o sucesso de seus dois mandatos. “O ódio é ao nosso jeito de governar, ao processo de inclusão que nós promovemos”. Ele saiu da Presidência da República com aprovação recorde: 87% de bom e ótimo, 10% de regular 3% de ruim e péssimo. “E foi uma época de ouro na economia”, lembrando que se os pobres ganharam em seu governo, os grandes também.

“O mercado faz campanha [de ódio] contra o presidente que fez a bolsa subir de 10 mil pontos para 71 mil. Deveria beijar o meu pé. Mas o mercado não gosta de política social, não querem ascensão do pobre, que doméstica vire cidadã”.

Sem subordinação
Além de retomar o projeto de crescimento econômico com inclusão social, Lula assegura que o protagonismo brasileiro no plano internacional será restaurado.

“Um País do tamanho do nosso, com 12% da água doce do planeta, florestas tropicais, mais plataforma de energia limpa do mundo, não tem que pedir favor nem licença. Tem que se autoconstruir. Vou fazer acordos estratégicos com China e a Rússia. E com os EUA, também, se eles quiserem. Mas não vai ter subordinação”.

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