Não há qualquer justificativa para a situação em que o governo Temer colocou o País. “Não é explicável, economicamente, o Brasil estar nesta situação”, revolta-se o Luiz Inácio Lula da Silva, que comandou, como presidente da República, o período de maior prosperidade com inclusão social da história nacional.
Lula destaca que um mercado interno de 204 milhões de pessoas deveria ser entendido como solução para a crise econômica. Ele defendeu a adoção de um programa de investimentos do Estado voltado para obras de infraestrutura, como saneamento básico, estradas, ferrovias. “Isso faz o PIB voltar a crescer, gera emprego, gera salário, gera consumo e a roda da economia começa a rodar”, defendeu o ex-presidente em entrevista à Rádio Gazeta de Maceió, nesta quinta-feira (24).
Em caravana pelo Nordeste até o dia 5 de setembro, Lula pegou a estrada para “um reencontro com o povo”. Ele destacou o crescimento alcançado pela região ao longo dos 13 anos de governos petistas, tanto na economia como na saúde, na educação e na qualidade de vida do povo. “Quero ver os efeitos do desmonte que Temer está promovendo”, afirmou.
Acompanhe o roteiro da Caravana Lula pelo Brasil. Clique nos ícones para ver fotos, notícias e vídeos
Brasil à deriva
Para Lula, o Brasil está à deriva. “Nós hoje não temos governo. Temos um cidadão que não foi eleito, que deu um golpe de Estado, cassando 54 milhões de votos, e está lá, demonstrando sua incompetência para governar”. Para o ex-presidente, é injustificável que a única solução que ocorra ao atual ocupante do Planalto seja vender o patrimônio do povo brasileiro, como a Eletrobrás — “uma empresa que já recebeu R$ 400 bi de investimentos e eles acham lindo vender por R$ 20 bilhões” — e ativos da Petrobras, “a empresa que é o grande passaporte para o futuro deste país”.
O ex-presidente voltou a comparar Temer ao “marido que, em vez de trabalhar, sai vendendo as coisas da casa”. Ele criticou os sucessivos cortes no Orçamento, que significam “mais arrocho, menos investimento, mais desemprego. Significam que o Brasil vai continuar comendo o pão que o diabo amassou” enquanto não retomar o rumo da democracia, com um governo legitimamente eleito e preocupado com o povo.