Humberto: não faltarão recursos financeiros para suporte a todas as ações em cursoA situação de Pernambuco, onde crescem os registros de casos de microcefalia, exige controle rigoroso e imediato, para que não haja o risco de que o problema fuja de controle, alertou o senador Humberto Costa (PT-PE), ex-ministro da Saúde, em pronunciamento ao plenário nesta segunda-feira (30). Desde o último domingo (29), o estado está em estado de emergência, em razão do avanço dos casos.
Humberto apontou que a recente descoberta da relação direta entre a microcefalia e o Zika, um vírus até agora considerado de baixo potencial ofensivo, representa um novo desafio na história da medicina, além de ampliar as responsabilidades das autoridades e de cada cidadão no combate ao Aedes aegypti, o mosquito transmissor do vírus da dengue, da chikungunya e zika.
Pernambuco já chegou aos 646 casos de bebês com microcefalia registrados. O número corresponde à metade de todos os registros contabilizados no Brasil, onde já há 1.248 casos notificados, em 311 Municípios, distribuídos por três unidades da Federação. “Essa luta contra o Aedes aegypti é uma luta que deve ser assumida por toda a sociedade, tendo em conta que os governos – municipais, estaduais e Federal – são incapazes de, sozinhos, fazer face a esse imenso desafio, se não contarem com o apoio da população”, alertou o senador.
Além do governo de Pernambuco, a prefeitura do Recife também decretou o estado de emergência, que terá duração de 180 dias. Na avaliação de Humberto, são decretos que vão potencializar e priorizar as ações desenvolvidas pelas secretarias de Saúde do estado e do município para tentar conter o avanço dos casos de microcefalia. “É a maior crise da saúde no País atualmente e o poder público precisa se dotar, obviamente, de todos os mecanismos com os quais possa dar as respostas rápidas e seguras que a situação exige”.
O senador destacou o papel que vem sendo desempenhado pelo Governo Federal, que tem se colocado como um parceiro de Pernambuco e do Recife. Ele relatou que a presidenta Dilma Rousseff criou um grupo executivo interministerial, que envolve 17 ministérios, para a formulação de um plano nacional de combate ao vetor transmissor, o mosquito Aedes aegypti. Nesta segunda-feira, os ministros da Saúde, Marcelo Castro, e da Integração Nacional, Gilberto Occhi, e o Secretário Nacional da Defesa Civil, general Adriano Pereira Júnior, estavam em Pernambuco para acordar com o governador Paulo Câmara e com os prefeitos pernambucanos os termos do Plano Estadual de Enfrentamento das Doenças Transmitidas pelo Aedes aegypti.
Humberto também destacou que o Governo Federal já deu início a um conjunto de ações consistentes para oferecer garantias assistenciais às famílias e às crianças com microcefalia, como os ambulatórios especializados que foram estruturados em hospitais de referência, além de estimular pesquisas para o diagnóstico da doença e criar frentes de mobilização em regiões mais críticas. “Não faltarão recursos financeiros para suporte a todas as ações em curso”, assegurou o senador. O Ministério da Saúde já repassou mais de R$1,250 bilhão aos governos estaduais e municipais. “
O Governo Federal estuda, ainda, o deslocamento de tropas do Exército Brasileiro para ajudar no desmonte de focos de proliferação do mosquito, ao passo em que estão em estudo novas tecnologias para eliminação desses focos, como a infecção dos mosquitos com uma bactéria que gera esterilidade nas fêmeas, além de estudos para a própria implantação, criação de uma vacina contra a dengue. “Tudo precisa ainda cumprir os ritos científicos exigidos até chegar ao mercado com confiança, o que demanda tempo”, lembrou Humberto, o que torna ainda mais importante a prevenção e contribuição de todos para a eliminação dos focos dos mosquitos.
“Não há arma mais eficaz, no momento, do que a própria consciência da população, para eliminar os focos de reprodução de mosquitos, como vasos de planta, lixo, pneus e garrafas PET abandonados”, lembrou o senador.
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