Lindbergh Farias sobre a eleição de neoliberal argentino: será um governo que vai fazer a regressão social e vai retirar direitos dos trabalhadoresApós a exaltação do senador tucano Aécio Neves (MG) ao novo presidente argentino, o neoliberal Mauricio Macri, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que a eleição do candidato direitista no país vizinho será benéfico ao Brasil. Isso porque, segundo Lindbergh, pode ser bom para alertar a população brasileira sobre o que representa esse retrocesso na América Latina.
O petista afirmou que Macri será como um espelho do que seria um governo de Aécio Neves e de como foram outros governos neoliberais na América Latina durante a década de 1990, como o de Fernando Henrique Cardoso no Brasil. “Será um governo que vai fazer a regressão social e vai retirar direitos dos trabalhadores”, afirmou Lindbergh.
No discurso em favor do neoliberal, Aécio afirmou ainda que a Argentina assumirá uma “lacuna deixada pelo Brasil”, a partir da proposta de Macri de priorizar outras relações comerciais, como com a Europa, em detrimento das negociações com o Mercosul.
“O que me impressiona é a oposição fazer coro no discurso que só prejudica o Brasil, que é o discurso contra o Mercosul. E o discurso contra a União Aduaneira. Porque quem faz o debate ideológico aqui nesse parlamento é a oposição, porque o Brasil lucrou e lucrou muito com o Mercosul”, afirmou Lindbergh.
Ele provou, com dados, os grandes frutos da parceria com os demais países do bloco – Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela. Entre 2009 a 2014, o saldo superavitário brasileiro com as nações vizinhas foi de US$ 49 bilhões, enquanto a relação com os Estados Unidos no mesmo período, por exemplo, foi deficitário de US$ 49 bilhões.
Sobre a tentativa da oposição de tentar cortar relações com a Venezuela, Lindbergh lembrou que o país sul-americano é o maior destino das exportações brasileiras de manufaturados. “Agora ficam aplaudindo qualquer discurso do recém-eleito presidente Macri, sem levar em conta os interesses nacionais”, denunciou o petista.
“Acho que a oposição se equivoca. E nós vamos estar atentos, observando o que vai ser o governo do Macri. Acho que pode ser bom espelho para alertar a população brasileira o que representa esse retrocesso na América Latina”, alertou Lindbergh.
Alfinetada
O parlamentar carioca também aproveitou para alfinetar o PSDB, que pediu apuração das urnas eleitorais e pôs em dúvida o processo eleitoral de 2014, quando a presidenta Dilma Rousseff derrotou Áecio por 51,64% a 48,36% dos votos. Na Argentina, mesmo a diferença de votos sendo ainda menor – 51,4% para Macri e 48,6% para Daniel Scioli –, Lindbergh lembrou que o candidato da esquerda derrotado não questionou o resultado do pleito.
“E não me consta até agora que o candidato Scioli pediu recontagem de votos. Não me consta até agora que o candidato Scioli falou em fraude eleitoral. Não me consta até agora que o candidato Scioli falou em terceiro turno e impeachment. Acho que essa é uma lição importante”, disse o petista.
Carlos Mota
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