O ex-juiz e atual Ministro da Justiça é alvo de representação que pede sua exclusão dos quadros da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). A ação tem por base a série de reportagens publicadas pelo site The Intercept Brasil. Nas reportagens, diálogos revelam o conluio entre Moro, quando juiz federal em Curitiba, e os procuradores do Ministério Público, principalmente Deltan Dallagnol, chefe da Lava Jata. A fraude judicial tinha por objetivo condenar sem provas o ex-presidente Lula e tirá-lo da disputa eleitoral de 2018.
“Segundo os diálogos, o representado aconselha e orienta a acusação, cobra agilidade; refere-se a pessoas delatadas como inimigos, sugerindo que apenas 30% sejam investigados; fornece “fonte” a membro do MPF; sugere a substituição de uma procuradora em determinada audiência, demonstrando preocupação com o desempenho da acusação; antecipa decisão a uma das partes, e desdenha da Defesa”, diz o texto da representação.
Tais condutas, segundo o documento, “ofendem o Estado de Direito”, são “totalmente contrárias aos princípios éticos e às regras jurídicas que devem reger a atuação de um magistrado” e colocam em xeque a credibilidade do Poder Judiciário. A Ajufe aprovou a concessão de título de sócio honorário a Moro em outubro do ano passado, mas honraria ainda não foi oficializada.