Bradesco e Itaú-Unibanco acompanham a tendência aberta pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica. Pessoas físicas, e micros pequenas empresas são os que mais ganham com corte.
Apesar da resistência e dos argumentos contrários, pouco a pouco os maiores bancos privados do Brasil cedem aos argumentos da presidenta da República, Dilma Rousseff – a de que juros altos impedem o desenvolvimento e que o País precisa ter taxas de juros compatíveis aos padrões internacionais.
A mídia tradicional classificou a iniciativa do governo de reduzir os juros do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal como “demagógica” (revista Época) e que “não se reduz juros no grito” (revista Veja). Na vida real, porém, os bancos se deram conta de que o estágio de desenvolvimento da economia brasileira demanda, efetivamente, uma nova postura na concessão do crédito.
O primeiro banco privado a cortar seus juros foi o HSBC, seguido depois pelo Santander. Nesta quarta-feira (18/04), foi a vez dos dois maiores bancos privados do Brasil, Bradesco e Itaú-Unibanco, a unir-se aos demais na cobrança de juros civilizados nos empréstimos para pessoas físicas, micro e pequenas empresas. De acordo com a nota do Banco, o volume de crédito disponível para clientes pessoa física, micro e pequenas empresas é de mais de R$ 200 bilhões.
O líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA) comemorou a decisão, lembrando que seu anúncio coincide com a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve terminar hoje com anúncio de novo corte na Selic – a taxa básica dos juros. “Se acontecer da taxa ser reduzida a 9% ao ano, como apontam várias projeções, estaremos muito próximos da menor taxa da história, que foi de 8,75%, ao ano”, diz Pinheiro.
“Com juros mais baixos, ganha principalmente a produtividade do País como um todo. São as taxas de juros que determinam os preços, são elas que valorizam o câmbio, que corroem o salário do trabalhador e os proventos dos aposentados, reduzem a produção e inibem as vendas, provocando desemprego e recessão econômica. Com juros menores, todos saem ganhando – principalmente o Brasil”.