Os governos Lula e Dilma criaram mais leitos de UTI do SUS do que todos os outros governos somados. A maioria dos 22,6 mil leitos em unidades de tratamento intensivo que o Brasil tem hoje na rede pública, foram criados entre a posse de Lula e o golpe que tirou Dilma Rousseff da Presidência. Foram 11.678 novos leitos. E não foi só, no caso dos leitos de cuidados intermediários – importantes para aliviar a pressão sobre a UTI – mais de 5.000 dos 5.800 leitos (86%) que temos hoje foram habilitados nos governos Lula e Dilma, explica o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha. E isso em meio a um boicote conservador que tirou recursos do Sistema Único de Saúde e promoveu campanhas de fake news a programas que vão dos Mais Médicos a campanhas de vacinação.
A discussão e elaboração de políticas públicas está na raiz do Instituto Lula, que surgiu há quase 30 anos, como Instituto Cidadania, exatamente para pensar as soluções para os grandes problemas do Brasil. Nesse contexto convidamos um colaborador militante histórico da saúde para uma conversa sobre os desafios que essa pandemia traz ao Brasil: Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, atualmente deputado federal pelo PT de São Paulo.
O discurso em defesa do serviço público de saúde no Brasil virou moda, por isso é importante relembrar a história. Ao ser demitido por Bolsonaro do Ministério da Saúde, Henrique Mandetta se despediu dizendo que nada é mais importante do que a “defesa intransigente do SUS e da vida”. Padilha lembra que o mesmo Mandetta era deputado na legislatura passada e militou contra recursos para o SUS e a Saúde. O então deputado de oposição pelo DEM defendeu não apenas o projeto de país que colocou Michel Temer no poder, como também a Emenda Constitucional 95, que na prática proíbe o aumento dos investimentos em saúde e educação por 20 anos.