Estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Universidade Federal de Viçosa (UFV) mostram que o Programa Mais Médicos, criado durante o governo Dilma Rousseff em 2013, reduziu o número de internações hospitalares, o que causou a diminuição das despesas públicas com saúde. Ainda segundo as pesquisas, o programa proporcionou um aumento no número de consultas, encaminhamentos, visitas domiciliares e na oferta de médicos nos municípios brasileiros.
Todos os avanços na saúde sofrerão um forte retrocesso com o governo Jair Bolsonaro (PSL). Isso porque o governo cubano vai deixar a parceria firmada em resposta às declarações preconceituosas e às ameaças do presidente eleito. Cerca de 8.500 profissionais devem voltar à ilha – quase metade de todo o contingente do Mais Médicos. O fim da parceria prejudica principalmente as cidades pobres e as periferias das grandes capitais.
As duas universidades se basearam nos dados do Sistema Único de Saúde (SUS) e comparou cidades com até 500 mil habitantes atendidas e não atendidas pelo programa, antes e depois da criação. Os municípios atendidos pelo Mais Médicos registraram alta de 5,9% em atendimentos, de 9,4% em consultas por médicos de atenção básica, de 13,3% em encaminhamentos para atendimento especializado e de 29,7% em visitas domiciliares, na comparação com municípios não participantes, de acordo com o Valor.
Segundo os pesquisadores responsáveis pelo estudo Débora Mazetto e Enlinson Mattos, a pesquisa isolou os efeitos de variáveis como orçamento do município, gasto com saúde e com educação per capita, PIB per capita, infraestrutura de saúde, números de médicos e outros profissionais de saúde e somou 2.940 municípios, sendo 2.210 participantes do programa Mais Médicos, e os demais, o grupo de controle.