Mantega: alta da indústria mostra eficácia das medidas do Governo

Aumento do PIB de 0,2% foi impulsionado pelo desempenho industrial. Para Tombini, números confirmam a recuperação gradual da atividade econômica.

O desempenho da indústria que obteve crescimento de 1,7% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, é o maior destaque no resultado de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, dos últimos três meses, divulgado nesta sexta-feira (01/06) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Outros setores que contribuíram positivamente para o PIB foram administração, saúde e educação pública (1,8%), produção e distribuição de eletricidade, gás e água (1,5%), construção civil (1,5%) e comércio (1,3%).

Na avaliação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, este resultado mostra que as medidas tomadas pelo governo de desoneração tributária, estímulo ao crédito e de redução dos juros têm surtido o efeito esperado e farão o setor alcançar melhores índices em 2012. “Principalmente a indústria de transformação, que cresceu 1,9%, e eu considero isso uma boa notícia, depois de três trimestres negativos. A extrativa mineral não tanto, porque houve problema com o minério de ferro”.

Esta percepção também tem o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, para quem acredita que estes números confirmam a recuperação gradual da atividade econômica. De acordo com nota divulgada no início da tarde, “a demanda doméstica continuou sendo o principal suporte da economia, com o consumo das famílias sendo estimulado pela expansão moderada do crédito, pela geração de empregos e de renda”. O BC entende ainda que os sólidos fundamentos e um mercado interno robusto constituem um diferencial da economia brasileira. “Dessa forma, mesmo diante do complexo ambiente internacional, as perspectivas apontam intensificação do ritmo de atividade ao longo deste ano”, diz na nota.

Mantega também ressaltou o crescimento do consumo das famílias. Segundo ele, o valor de 1% no trimestre é compatível com o crescimento maior do PIB que está sendo observado. O ministro disse que o consumo das famílias, em conjunto com o consumo da administração pública, que teve alta de 1,5% no trimestre, está estimulando o crescimento maior da economia. “Mantido esse ritmo, deverão propiciar um PIB maior”.

O ministro elogiou ainda o setor de serviços, que registrou elevação de 0,6% no trimestre. Na avaliação do ministro, a elevação não foi maior porque a intermediação financeira, item que compõe o setor, teve crescimento negativo. “Intermediação financeira significa lucro dos bancos e financiamentos, que ainda estão precários no país. Nós ainda não conseguimos ter aumento do crédito e redução da taxa de juros suficientes para estimular a economia”.

O PIB, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, cresceu 0,2% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao trimestre anterior, totalizando R$ 1,03 trilhão.

Agropecuária
Ao avaliar este crescimento, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta, disse que ele só não foi maior devido ao fraco desempenho da agropecuária, que caiu 7,3%. Concorreu para isso, de acordo com o ministro, a perda de safra em diversas culturas importantes. “Isso aconteceu por conta da quebra da safra de soja, arroz e fumo. Tudo isso ligado a fatores sazonais”, disse.

Surpresa
Para o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) Armando Castelar, o resultado da indústria brasileira surpreendeu. “O que nos causou um pouco de surpresa, no entanto, foram os dados relativos ao crescimento da indústria, principalmente a de transformação”, disse.

 

Com Agência Brasil 

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