Mantega nega atuação política em relação à Casa da Moeda

“Desafio que me apontem qualquer denúncia formal que deixou de ser investigada”. A afirmação é do ministro da Fazenda, Guido Mantega, respondendo ao questionamento do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) sobre uma suposta “morosidade” no afastamento do então presidente da Casa da Moeda, Luiz Felipe Denucci, acusado de ter recebido propina de fornecedores da instituição.

Mantega negou que a nomeação ou a demissão de Denucci tenham obedecido a decisões políticas, conforme sugeriu o senador tucano. Ele avaliou que, enquanto permaneceu no cargo, o ex-diretor da Casa da Moeda teve um desempenho “profissional, técnico e satisfatório” e lembrou que Denucci já tinha ocupado “cargos relevantes” durante o governo Fernando Henrique Cardoso, tendo passado pelo Banco Central e pela Superintendência de Seguros Privados- Susep autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda.

O ministro participou, nesta terça-feira (13/03), de uma audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado que tratou dos rumos da política econômica do País. O objetivo da reunião era debater as medidas que vêm sendo tomadas pelo governo para enfrentar o cenário de crise internacional.

Autor de um requerimento—rejeitado pela CAE—de convocação do ministro para tratar das denúncias na Casa da Moeda, Álvaro Dias aproveitou o debate sobre a política econômica para tratar do assunto, além de inquirir o ministro sobre uma suposta crise entre as cúpulas do Banco do Brasil e do Previ (fundo de pensão dos funcionários da instituição).  

Sobre essa questão, Mantega afirmou tratar-se de uma “tempestade em copo d’água”, destacando que “o BB vai muito bem, concorre com os maiores bancos do país, e tem obtido lucros relevantes”. O ministro lembrou que “em passado recente”, a instituição dava prejuízos.

Segundo Mantega, os atritos entre dirigentes do BB e da Previ derivaram de um “clima de fofocas” já debelado e que não afetou o desempenho das instituições. Os autores da “fofoca”, reconhece o ministro, não foram identificados, “caso contrário, já teriam sido afastados”.

Cyntia Campos

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