Essa é a expectativa do governo Dilma para os próximos dez anos, considerando um investimento em obras de infraestrutura de R$ 1 trilhão.
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Na divulgação do 8 º Balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), na manhã desta quinta-feira (17) em Brasília, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez uma previsão otimista em relação ao efeito que os investimentos em infraestrutura trarão para a economia. Hoje, a taxa de investimento que corresponde em média a 18% do Produto Interno Bruto (PIB) – em abril foi de 24,4% e no ano passado esteve negativa por causa da crise – deverá situar-se no patamar de 24% ou mais num período de dez anos. A taxa de investimento em infraestrutura é a principal matriz para a geração de emprego, a melhoria da renda, a redução das desigualdades e o crescimento sustentável da economia.
Segundo o ministro, o programa brasileiro de infraestrutura não é apenas ambicioso, é um dos maiores do mundo em execução, cuja previsão atual aponta a destinação de R$ 550 bilhões no Programa de Investimento em Logística (PIL), para melhorar as condições da intermodalidade dos transportes, como as rodovias, as ferrovias, os portos, os aeroportos, sem contar os investimentos em energia elétrica e exploração de petróleo e gás.
Nessa área específica, de petróleo e gás, Mantega afirmou que o leilão de Libra situado na província do pré-sal, a ser realizado na próxima segunda-feira (21), é relevante por alguns motivos: vai inaugurar o modelo de partilha de produção e os investimentos projetados somam US$ 180 bilhões nos próximos 35 anos. “Só nos próximos dez anos serão US$ 80 bilhões”, destacou. Esses investimentos seguirão para áreas que, literalmente, foram desmanchadas pelo governo dos tucanos, como é o caso da indústria naval.
A construção de navios e plataformas marítimas, com alto percentual de conteúdo local, está em crescimento sustentável e a nova indústria naval já recebeu inúmeras encomendas da Petrobras. Sua recuperação ou recriação foi uma decisão tomada pelo ex-presidente Lula que é reafirmada pela presidenta Dilma, dando como resultado a indução da retomada do mercado de trabalho para engenheiros, profissão que também se destacará nos próximos anos.
Inflação
Sobre a inflação, que está sob controle, apesar da torcida contrária da oposição que vive dizendo que o governo da presidenta Dilma é leniente na sua condução, o ministro Mantega repetiu que não há qualquer hipótese de se afrouxar as rédeas sobre o comportamento dos preços.
Ao mesmo tempo em que o governo Dilma tem a inflação controlada e, portanto, dentro da meta estipulada de 4,5%, podendo subiu ou cair dois pontos, o governo manterá sua cartilha que reza pela solidez fiscal, em torno de 2,3% do PIB, e um nível elevado de reservas internacionais que hoje está na casa dos US$ 375 bilhões. Essa montanha de recursos em reservas confere ao Brasil a condição de credor líquido no mercado externo, algo que jamais ocorreu em qualquer dia dos oito anos do governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso, que frequentemente recorria a empréstimos no Fundo Monetário Internacional (FMI). E até mesmo nessa esfera, o FMI, o Brasil de hoje, de Lula e de Dilma, é credor.
“O País é credor internacional e não devedor. Fundamentos sólidos só, não resolvem. Mas temos uma política de desenvolvimento, com controle da inflação. No período anterior, isso não acontecia. O controle da inflação é uma das coisas mais importantes para a população e para o setor produtivo”, enfatizou.
Em relação ao mercado interno, Mantega destacou que o consumidor sofreu um pouco com a inflação, mas que agora este segmento está em franca recuperação, apesar de a oferta de crédito estar escassa e a inadimplência em ritmo de queda. “A meta da inflação sob controle vai continuar assim indefinidamente, porque é um dos fatores mais importantes para a população”, disse.
O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2) já executou 67,2% dos projetos previstos entre 2011-2014, com desembolso de R$ 665 bilhões em projetos de infraestrutura logística, social e urbana, de acordo com balanço elaborado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Economia internacional
Mantega avalia que a recuperação de nossa economia é razoável, apesar de os sinais emitidos pelos países da Zona do Euro são de crescimento moderado. As medidas de incentivo à economia dos Estados Unidos e a crise provocada com o retardamento do limite do endividamento do governo norte-americano, por sua vez, são problemas que preocupam não só o Brasil, mas os demais países, desenvolvidos ou
“A expectativa é que, no ano que vem, tenhamos uma recuperação da economia mundial, abrindo espaço para que todo mundo possa crescer mais, inclusive o Brasil. Nosso Produto Interno Bruto vem crescendo gradualmente. Tivemos 1,5% no segundo trimestre, em comparação ao período anterior, e foi satisfatório, em comparação às demais economias”, afirmou.
Confira apresentação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, no 8º Balanço do PAC 2
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