O nome de Hebe de Bonafini já está marcado na história da América do Sul. Com essas palavras, o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), se despediu da presidenta e cofundadora da associação argentina Mães da Praça de Maio, criada durante a ditadura (1976-1983) para descobrir o paradeiro de seus filhos e de outras pessoas presas pelo regime militar.
Hebe faleceu no domingo (20) aos 93 anos. Com dois filhos e uma nora desaparecidos durante a ditadura, foi uma das fundadoras da associação que, em 1977, começou a se reunir diante da sede de governo, em Buenos Aires, para exigir informações sobre o paradeiro de seus filhos.
“Hebe foi uma lutadora incansável pelos direitos humanos”, lembrou Paulo Rocha.
Bastante consternado, o líder da Minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN), também lamentou a morte de Bonafini. “Sua luta transformou a Argentina e inspirou o mundo. Foi uma das vozes da democracia. Ficará para sempre na história”, afirmou.
O presidente eleito Lula lembrou que ela dedicou a vida pela luta por memória e justiça, ajudando a criar “um dos mais importantes movimentos democráticos da América Latina”.
“Com outras mães e familiares de vítimas do Estado, liderou marchas silenciosas por paz e justiça. Sua luta e perseverança seguem sendo exemplo para os que acreditam em um mundo mais democrático”, disse Lula.
A ditadura argentina entre as décadas de 1970 e 1980 deixou 30 mil mortos. Ainda hoje, as Mães da Praça de Maio se reúnem todas as quintas-feiras para marchar na praça de mesmo nome, diante da Casa Rosada, a sede do governo argentino, em busca de respostas.
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