Neri: grupos historicamente menos |
O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri, garante: no Brasil, depois de 11 anos seguidos, a desigualdade de renda permanece caindo e a renda média das pessoas continua subindo. Segundo o economista, independentemente da situação macroeconômica do Brasil e do mundo, esse avanço social deverá persistir.
Efetivado nessa segunda-feira (05) como ministro pela presidenta Dilma Rousseff, Neri foi chamado ao Palácio do Planalto para fazer uma ampla exposição sobre a situação real do cidadão brasileiro de classe média a partir de quatro dimensões: prosperidade, igualdade, sustentabilidade e felicidade.
Por meio do uso de dados, o ministro refutou o cenário negativo pintado pela oposição, que vem se sustentando pela maciça divulgação de ameaças que nunca se concretizam – como o caos nos aeroportos, o apagão elétrico, o baixo crescimento econômico e a volta da inflação, além da vergonhosa omissão dos avanços sociais conquistados nos últimos dez anos, muito mais reconhecida por mídia internacional do que a local.
O encontro de Neri com 21 ministros e com o presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Jorge Hereda, se estendeu por mais de duas horas, quase toda ela ocupada por indicadores mostrando que, apesar de toda a campanha em contrário, a renda média do brasileiro está crescendo, independentemente das dificuldades enfrentadas pelo Brasil por causa da crise econômica mundial iniciada em 2008. Os dados apresentados por Neri trataram ainda da distribuição e do fluxo de renda entre a população, da acumulação de progressos e da manutenção de padrões de vida conquistados nos últimos anos, além da percepção das pessoas sobre o Brasil e da qualidade dos serviços públicos.
A exposição utilizou dados da mais recente Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (Pnad) que apontam para o crescimento médio da renda dos brasileiros em 6,9% nos últimos 12 meses. Dois motivos, disse Neri, explicam porque esse indicador continua subindo no Brasil, enquanto, na maioria dos países ricos e em desenvolvimento, o que se vê é recessão e desemprego. “A primeira é o fato de que há um crescimento no mercado de trabalho, apesar de a economia estar crescendo menos. A segunda é a constatação de que os grupos historicamente menos favorecidos (negros, mulheres, nordestinos e moradores da periferia) estão tendo um crescimento maior”, apontou.
Bandeira petista
Na avaliação do ministro, os dados comprovam o que os governos petistas pretenderam construir: as pessoas de classes sociais menos favorecidas estão mudando de patamar social. Entre 2003 e 2012, o crescimento do PIB per capita, descontada a inflação, foi de 27%, enquanto que, no mesmo período, também descontando a inflação e o crescimento populacional, a renda média da população teve um crescimento real de 51%, segundo a Pnad.
Ao aprofundar a pesquisa, os números mostram ainda que a renda mediana – aquela da faixa que se situa no centro da pirâmide social – cresceu 78% nos mesmos termos. No mesmo período e, a renda real dos 10% mais pobres cresceu 106%.
“Em suma, o Brasil está ficando mais próspero e mais igual, menos desigual, então estas são as duas tendências mais fortes, a tendência à prosperidade, apesar de alguma desaceleração econômica, a renda do brasileiro continua crescendo, o mercado de trabalho, afirmou. Neri disse ainda que os brasileiros de menor renda, sejam eles mulheres, afrodescendentes, pessoas que moram na periferia, que moram em cidades do nordeste, pessoas de baixa educação, estão tendo um crescimento acima dos outros grupos tradicionalmente incluídos.
Em coletiva à imprensa logo depois do encontro com a presidenta e os ministros, Marcelo Neri reafirmou: a melhoria de renda do brasileiro cresce bem acima do desempenho do que as contas nacionais mostram e os “especialistas” comentam.
Giselle Chassot, com informações da Secretaria de Assuntos Estratégicos