O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), recusou-se a abrir seu sigilo telefônico e de mensagens de SMS ao longo do ano de 2011. Alegando ser testemunha e não investigado, respondeu ao relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as relações do contraventor Carlinhos Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), que a decisão de quebrar ou não seus sigilos telefônico, bancário e fiscal cabe aos parlamentares.
“Não vejo motivos nem fundamentação para a quebra de meus sigilos mas, de todo modo, essa é uma decisão que não me cabe. Vossas Excelências é que terão que tomar essa decisão”, rebateu.
O relator argumentou que o pedido de quebra de sigilo telefônico serviria para esclarecer pontos que Perillo deixou obscuros. “É fato que a versão do governador sobre a venda de sua casa tem começo, meio e fim. Mas quem assina os cheques da transação é uma pessoa ligada às empresas de Cachoeira; quem foi preso na casa vendida pelo governador foi o contraventor Carlinhos Cachoeira e ele demonstra preocupação com a compra da casa e depois, da mesma forma, ele defende a venda da casa”, disse.
O pedido de Cunha provocou reação irada da claque tucana convocada para dar suporte ao depoimento do governador que lotou a sala onde se realizam as sessões da CPMI. Um grande tumulto obrigou o presidente da Comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) a fazer soar, por minutos ininterruptos, a campainha que alerta para a volta da normalidade.
Giselle Chassot