Marta quer aprimorar projeto sobre vacinação contra HPV

O HPV é um vírus que está presente em cerca de 60% da população brasileira. Transmitido sexualmente, alguns  dos tipos de papilomavírus humano já podem ser combatidos com a utilização de vacinas. Na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, o PLS 238/2011 propõe que o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibilize, para toda a população, as duas vacinas que estão vendidas no mercado. Para entender melhor o assunto, a relatora do projeto, Marta Suplicy (PT-SP), reuniu especialistas e representantes do Ministério da Saúde para debater o tema.

“A audiência pública de hoje apresentou um quadro ainda mais complexo, que exigirá maior reflexão sobre o tema e aprimoramento da proposta, sem, todavia, fragilizar o direito da mulher a uma atenção de saúde adequada”, afirmou Marta Suplicy.

Dentro do governo, a oferta das vacinas contra o HPV para a população brasileira já está sendo estudada,  de acordo com o secretário de Vigilância e Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. Porém, ainda não foram definidos os critérios para a vacinação.

Considerando o projeto que tramita no Senado Federal, dois pontos preocupam a Marta Suplicy: a faixa etária das pessoas que deverão ser imunizadas, que começa pelas meninas de 9 anos, o que, na opinião da senadora, poderá gerar medo e preconceito nos pais; e a criação de um modelo de política de imunização flexível, que assegure maior efetividade nas regiões onde o problema é difícil de ser resolvido. De acordo com o Ministério da Saúde, a atual política do governo de prevenção e tratamento do HPV tem obtido sucesso em todas as regiões do País, menos nas regiões Norte e Nordeste, onde a população encontra dificuldades de acesso aos serviços médicos.

“Essa diversidade regional nos impõe um desafio como legisladores. Como flexibilizar a Lei de forma a permitir que as ações de atenção à saúde da mulher, em geral, e no caso do câncer de colo de útero, em particular, se ajuste às dificuldades locais”, disse a senadora, reconhecendo que, mesmo com os problemas locais, a situação brasileira não se difere da de países desenvolvidos, que mantém índices parecidos com os nossos. 

Política
Hoje, o Ministério da Saúde já trabalha com uma política de prevenção, diagnóstico  e tratamento do vírus HPV, rastreando o vírus com o exame Papanicolau. A prevenção é feita com a distribuição de preservativos e campanhas de esclarecimento sobre doenças sexualmente transmissíveis; o diagnóstico é realizado nos postos de saúde com consultas e exames Papanicolau; e o tratamento, disponibilizados nos postos de saúde da rede pública.

Câncer
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de colo de útero é o terceiro tumor maligno de maior incidência entre as mulheres brasileiras. Só perde para câncer de mama e câncer de pulmão. Depois de diagnosticado, é letal para 26% dos pacientes. Uma taxa de mortalidade considerada alta.

Dos casos de câncer de colo de útero no país,  90% deles são causados pelo vírus HPV. “Em 2010, o Instituto Nacional do Câncer estimou o surgimento de mais de 18 mil casos novos da doença e a ocorrência de quase 5 mil mortes por câncer de colo de útero no ano”, informou a senadora.

Mas nem todos os vírus HPV provocam câncer no colo de útero, garganta ou pênis. São dois tipos –  o 16 e o 18 – que provocam a doença. A vacinação de todas as mulheres poderia ser a solução para o problema. Porém, as vacinas só imunizam totalmente aquelas pessoas que nunca tiveram contato com o vírus. Por isso, a determinação de imunizar crianças, antes do início da vida sexual.

Eunice Pinheiro

Leia a íntegra do projeto

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