A senadora Marta Suplicy (PT-SP) defendeu uma nova postura da mulher, na disputa por postos de trabalho, durante a abertura do Moivimento Mulher 360, realizado no Clube Sírio Libanês, em São Paulo, na noite da última quinta-feira. Em sua palestra de ebertura do evento, a senadora apontou que a história sopra a favor da crescente participação feminina nos postos de trabalho – e também nos cargos diretivos de empresas de todos os portes. A senadora frisou particularmente as notáveis diferenças ocorridas no mercado de trabalho do Brasil das últimas décadas, quando o crescimento da força de trabalho da mulher tornou-se a principal marca do período.
Acompanhada da empresária Luiza Trajano, fundadora da rede de lojas Luiza e uma das principais empresárias do País, a senadora elogiou a realização do Movimento Mulher 360, que é organizado por empresas como estímulo ao desenvolvimento econômico da mulher. O Movimento Mulher 360 é apoiado pelo governo federal, por meio de parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), órgão ligado à Presidência da República, e da ONU Mulheres.
Marta comparou em sua palestrea a história da mulher no mercado de trabalho e as perspectivas de mudanças neste século. “Entramos no mercado de trabalho com culpa e sem negociar condições. E os homens ficaram com o crédito. Nós com a culpa e eles com o crédito. Só que, hoje, a realidade é bem diferente do que 40 anos antes, as famílias também, e as relações entre as pessoas. Não sabemos como será daqui a 50 anos. Mas sabemos que já está acontecendo um rearranjo e que está mudando a relação com o tempo e deslocamento e funções em casa e no trabalho. O novo vem. E essa iniciativa das empresas é muito bem-vinda”, afirmou a senadora.
O Movimento Mulher 360 vai tratar do equilíbrio de gênero dentro das empresas e também dentro de cada elo de suas cadeias de suprimentos, buscando valorizar a mulher como cidadã e agente de mudança na comunidade.
O objetivo é articular e promover iniciativas que contribuam para valorizar a participação das mulheres em cargos de liderança nas empresas ou como empreendedoras, além de discutir e trazer à tona a questão de gênero e da igualdade de oportunidades e de direitos.
A proposta do movimento, que já congrega diversas empresas, é, cada vez mais, trabalhar de forma estruturada e abrangente para promover o equilíbrio de gênero em seus quadros internos, criando políticas corporativas de equidade; ampliando a participação das mulheres na tomada de decisão em todos os níveis hierárquicos e incluindo nesse esforço a mulher negra; garantindo remuneração igual para homens e mulheres que desempenhem a mesma função; apoiando os funcionários no cuidado com filhos e dependentes.Serão estimuladas ações voltadas para a ampliação da participação feminina em toda a cadeia produtiva das empresas que aderirem ao movimento. Com isso, o Movimento Mulher 360 também visa incentivar as empresas participantes a promover o empoderamento das mulheres e valorizar sua atuação como agentes de transformação na sociedade.
O Movimento também buscará trabalhar a qualificação da imagem da mulher na sociedade, incentivando as empresas a incorporar em sua comunicação e em campanhas educativas mensagens de valorização da mulher em seus diversos papéis, ressaltando assim seu papel transformador.Em 2009, as mulheres representavam 43,9% da força ativa no país, índice próximo ao de países como Estados Unidos (46,7%) e Itália (41,1%). Atualmente cerca de 60% das brasileiras com mais de 16 anos estão no mercado de trabalho. A proporção de mulheres trabalhadoras com mais de 11 anos de escolaridade no Brasil é de 30%. A dos homens, 20%. Nas universidades brasileiras, mais da metade dos alunos são mulheres.Contudo, mesmo nas áreas em que já conseguiram ampliar seu espaço, as mulheres ainda sofrem dificuldades e restrições que muitas vezes só encontram resposta em aspectos culturais. Nas empresas, por exemplo, a remuneração das mulheres em todo o mundo é, em média, 25% inferior à dos homens. A situação das mulheres negras no mercado de trabalho também é reveladora – mesmo no Brasil, onde elas representam 59% da força de trabalho feminina. A pesquisa Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil, realizada pelo Instituto Ethos, mostra que a participação de mulheres negras diminui na medida em que se avança na hierarquia corporativa. Em 2010, elas representavam 2,1% da gerência e 0,5% do quadro executivo das empresas analisadas.Além de inaceitável do ponto de vista dos direitos humanos, a exclusão feminina afeta o desenvolvimento das economias e dos países.
Fonte: Liderança do PT no Senado, Assessoria da senadora Marta Suplicy e Assuntos Corporativos da Walmart Brasil
Fotos: Elisabete Alves