destaqueO Brasil não pode aceitar ser transformado em uma referência negativa, no plano internacional, em decorrência da manipulação do processo eleitoral por meio de crimes cibernéticos, disseminação de informações falsas (as fake news) e as calúnias, alerta a senadora Geisi Hoffmann (PT-PT), presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores.
Um exemplo dessa referência negativa é a proposta do senador chileno Alejandro Navarro, que quer aprovar uma lei para punir duramente políticos que utilizem as fake news como instrumento político. Batizada de “Lei Bolsonaro”, a ideia é cassar o cargo de quem divulgue notícias falsas contra adversários nas campanhas eleitorais.
Eleição deformada
“O que está ocorrendo no nosso País é um escândalo. Nosso processo eleitoral está completamente deformado”, ressalta Gleisi. Ela defende que o Brasil também adote uma legislação para punir o uso de fake news.
Na quinta-feira passada (19), o jornal Folha de S. Paulo denunciou um esquema milionário de compra de disparos de mensagens pela rede WhatsApp contendo notícias falsas e calúnias para favorecer o candidato da direita à Presidência, Jair Bolsonaro. Além da divulgação de mentiras, a prática também envolve patrocínio de grandes empresas a uma candidatura, o que é proibido por lei.
Escândalo inédito
Na manhã desta quinta-feira (25), Gleisi reuniu-se com Laura Chinchila, chefe da missão de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) que acompanha as eleições presidenciais no Brasil.
Chinchila relatou a Gleisi que o uso massivo de fake news como arma de campanha eleitoral, como ocorreu no esquema de Bolsonaro, é um caso inédito no mundo. A senadora defendeu uma análise atenta sobre esses fatos e a adoção de medidas legais para coibir que essa deformação volte a ocorrer.