Diante do resultado negativo do pessoal ocupado na indústria, que apontou variação negativa de 0,3% em maio em relação a abril de acordo com a pesquisa de emprego industrial divulgado nesta terça-feira (10/07) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as medidas do governo no âmbito do Plano Brasil Maior têm por objetivo reverter esse quadro negativo que perdura desde outubro do ano passado.
O emprego industrial mostrou queda de 1,7% em maio quando comparado com igual mês do ano passado, sendo o oitavo resultado negativo em sequência, embora no acumulado nos primeiros cinco meses deste ano a variação negativa tenha ficado em 1,1%.
Em que pese a retração em 12 dos 14 praças pesquisadas pelo IBGE, a variação da folha de pagamento real cresceu 3,8% no acumulado de janeiro a maio e 3,5% no acumulado nos últimos doze meses. Nesse quesito, quando a folha de pagamento real é comparada com o resultado de maio com o de abril desde ano, houve uma redução de 2,5%, quando as medidas de desoneração da folha de pagamento pelo governo ainda estava sendo acertada com o setor produtivo que emprega um expressivo contingente de trabalhadores.
Os setores mais afetados e que tiveram redução de pessoal ocupado no mês de maio correspondem às indústrias de metal (12,6%); metalurgia básica (20,1%); máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (8,7%); têxtil (8,5%); papel e gráfica (6,8%); vestuário (7,6%) e outros produtos da indústria de transformação (5,7%).
Em relação ao valor de pagamento real em maio houve crescimento de 1,1%, sendo o 29º resultado positivo consecutivo tendo como o mês anterior o parâmetro de comparação. Dos 14 locais pesquisados, 12 apontaram resultados positivos, influenciado pelo desempenho industrial verificado no Paraná (8,4%) e na região Nordeste, cuja variação positiva foi de 6,2%. Dos 18 setores pesquisados, 13 apresentaram crescimento do valor de pagamento real: máquinas e equipamentos (9,2%); indústrias extrativas (11,9%); alimentos e bebidas (3,6%); produtos químicos (5,6%); máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (2,5%); minerais não metálicos (3,6%) e borracha e plástico (3,1%). Já os setores de meios de transporte apresentaram redução de 10,9%.
A expectativa do governo é que a partir da pesquisa de junho seja observado certo equilíbrio no nível de emprego na indústria. Dentro do Plano Brasil Maior, os Conselhos Setoriais da Indústria, no âmbito do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), estão trabalhando em torno de mil medidas que tem por objetivo impulsionar o setor industrial brasileiro.
Dentre essas medidas, o Programa de Aceleceração do Crescimento (PAC-Equipamentos – Compras Governamentais – será fundamental para a recuperação da indústria, uma vez que se estabeleceu para as compras governamentais que os produtos adquiridos tenham componente nacional. Além dessa medida, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) reafirmou seu compromisso de financiar o setor produtivo, enquanto o Banco Central atuou em outra frente, ao promover a redução de 6,5% para 6,% ao ano a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), taxa que serve de base para os empréstimos do banco.
O governo também tem estudado formas de desoneração tributária para diversos setores, daí a expectativa de notar a recuperação industrial. As exportações já voltaram a crescer, pela melhora das cotações do real frente ao dólar e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta que o Brasil continua apontando para a retomada do crescimento.
Boletim divulgado ontem pela OCDE relata que, dentro dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil é o único cuja tendência geral é de desaceleração econômica.
Marcello Antunes
Leia a pesquisa completa do IBGE