Entrada de recursos para o mercado financeiro caiu 2,4% e o volume empregado na produção subiu 3,2%
De acordo com o relatório preparado pelo Ministério da Fazenda para apresentar a economia brasileira durante a visita presidencial aos Estados Unidos, as medidas macroprudenciais foram relevantes para disciplinar a entrada de capital estrangeiro e conter a transferência do excesso de liquidez internacional. “O aumento da abrangência do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) tem atingido seu objetivo sem prejudicar o investimento de longo prazo”, avalia o documento. O perfil dos investimentos estrangeiros no Brasil passa por uma mudança: enquanto os em carteira diminuíram, atingindo 2,4% do PIB, em julho, o Investimento Estrangeiro Direto (IED) cresceu 3,2%.
O IED para o Brasil tem sido diversificado, chegando a diversos setores da economia, e tem aumentado a capacidade produtiva do País. Os Países Baixos, com 26%, e a Espanha, com 20%, destacaram-se na alocação de IED no Brasil. Em âmbito setorial, o segmento de telecomunicações sobressaiu.
Política fiscal – Para adequar as condições do País a um possível agravamento da crise da economia global, o governo aumentou a meta de superávit primário para 2011 e vem promovendo redução nas despesas de custeio. Após o anúncio do corte de R$ 50 bilhões no orçamento, o governo vem reduzindo os gastos de custeio. Até julho de 2011, houve redução real de 7,1% do total de custeio direto e indireto, via transferências.
Quanto ao perfil dos gastos públicos, houve melhoria. Apesar das despesas primárias aumentarem de 15,7% para 17,8%, entre 2002 e 2011, os recursos adicionais de 1,9 ponto percentual foram alocados em transferências de renda às famílias, contribuindo para a redução da desigualdade. E a dívida pública apresenta uma tendência ao decréscimo. Em relação ao PIB, a Dívida Bruta do Governo Geral caiu de 63,4%, em setembro de 2009, para 56,2%, em julho de 2011. Já a Dívida Líquida do Setor Público reduziu de 43,3% para 39,4% no mesmo período.
Estrangeiros veem aumento no interesse pelo País
Os agentes internacionais veem o País como um dos principais destinos de investimentos diretos estrangeiros (IDE) nos próximos 12 meses, de acordo com pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Na edição de agosto do Monitor da Percepção Internacional do Brasil, 70% das entidades consultadas disseram que o Brasil estará entre os cinco países que mais receberão IDE em 2011. Em maio, 56% tinham a mesma expectativa.
“Esse resultado reflete o grande fluxo de investimentos que o País vem recebendo nos últimos dois anos. Em 2010, o Brasil ocupou a quinta posição no ranking de investimento”, explicou o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, André Pineli Alves. De maneira geral, dois dos três aspectos da percepção internacional sobre o Brasil melhoraram desde a última sondagem. O indicador sobre a situação econômica brasileira nos próximos 12 meses subiu seis pontos na escala do Monitor (de +4, em maio, para +10, em agosto), sobretudo por causa de uma melhor expectativa sobre a inflação.
O indicador sobre o cenário político e institucional do País alcançou +20 pontos (registrou +11, em maio). As expectativas sobre os aspectos sociais (redução da pobreza e da desigualdade de renda) tiveram retração de cinco pontos. Todos, no entanto, permaneceram na faixa de neutralidade, em uma escala que varia de -100 (muito pessimista/desfavorável) a +100 (muito otimista/favorável).
Pesquisa – O Monitor Internacional é uma pesquisa qualitativa trimestral que capta a evolução da avaliação de entidades internacionais acerca da realidade econômica, social, política e institucional do País. Os pesquisados são embaixadas, consulados, câmaras de comércio, empresas com controle estrangeiro e organizações multilaterais.
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