Henrique Meirelles, atual ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, depôs hoje (10) por videoconferência ao juiz Sérgio Moro em Curitiba, como testemunha de defesa do ex-presidente.
A acusação alega que Lula teria “loteado” o governo para conseguir apoio parlamentar. Essa tese não foi confirmada por Meirelles. O ministro lembrou que, quando foi convidado para assumir o Banco Central, era deputado federal eleito pelo PSDB (partido que fez oposição a Lula durante os oito anos de mandato). Decidiu aceitar desde que tivesse completa independência para atuar. Quando questionado a respeito da tese da promotoria de que o ex-presidente seria comandante de “projeto criminoso de poder, Meirelles disse que não teve “acesso a nenhuma informação sobre isso”, desmentindo o Power Point dos procuradores de Curitiba.
Em seu depoimento, Meirelles também disse que as políticas econômicas do governo Lula tiveram efeitos positivos na economia brasileira, com a estabilização da inflação e melhoras da condição de crédito do país, combinadas com a complementação de renda dos mais pobres.
Moro, irritado com as perguntas da defesa sobre o governo Lula, indeferiu as questões e exigiu que os advogados tratassem apenas dos fatos contidos no processo. O magistrado afirmou que as questões pareciam “propaganda política”, e que não teriam relação com a denúncia; para ele, o assunto era apenas uma questão de “opinião”. O advogado Cristiano Zanin Martins respondeu: “Louvo o indeferimento, porque a defesa várias vezes viu perguntas sobre opiniões nesse processo, e espera que esse critério seja adotado para todas as perguntas”.
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