Numa amostra de 1.345.785 nascidos vivos, entre 2006 e 2008, de famílias em pobreza extrema, o baixo peso ao nascer nos filhos de mulheres beneficiárias do Bolsa Família foi menor (5,5%) do que nas não beneficiárias (6,5%). O peso ao nascer é um dos principais fatores de risco relacionados à mortalidade infantil e a sobrevivência das crianças. A análise da situação de saúde do brasileiro, desde o nascimento até a morte, está no relatório Saúde Brasil 2010 – lançado pelo Ministério da Saúde, nesta segunda-feira (31), em Brasília (veja mais no quadro abaixo).
O documento traz outros dados que mostram como o programa Bolsa Família tem contribuído para avanços na saúde dos seus beneficiários. Ao melhorar o acesso à alimentação, o programa, criado em 2003, levou a uma melhoria no peso das crianças ao nascer, na estatura média do brasileiro e até no aumento da cobertura das campanhas de vacinação infantil.
Houve redução de dez pontos porcentuais no número de entrevistados que afirmaram falta de comida em casa em algum momento da vida – fazendo com que um membro da família tivesse que deixar de comer ou comesse menos do ideal. Com o Bolsa-Família, cerca de 48,6% dos entrevistados alegaram ter tido este problema contra 58,9% ouvidos antes de serem beneficiados pelo programa.
A melhora da alimentação da população de baixa renda mudou a altura média das crianças. Quando comparada a estatura de crianças menores de cinco anos pertencentes ao Bolsa Família com aquelas não-pertencentes, as do primeiro grupo tiveram 26% mais chances de atingir a altura ideal para idade. Para crianças com idade entre três e cinco anos, a diferença é ainda maior. As pertencentes ao Bolsa-Família apresentaram 41% a mais de chance de alcançarem a altura adequada para a idade.
Vacinação – Outro avanço foi em relação ao número de crianças vacinadas, graças à exigência da apresentação do cartão de vacinação, em dia, das crianças das famílias beneficiadas pelo programa. Isso fez com que a proporção de crianças que receberam a primeira dose contra a poliomielite no período apropriado fosse 15% maior nas famílias favorecidas pelo Bolsa-Família. A vacinação contra tétano, difteria e coqueluche (DTP) também foi mais frequente (18% maior) entre as famílias do programa. “A saúde está no centro das políticas de inclusão social e para o crescimento econômico do Brasil, que é o único país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes que optou pela construção de um sistema nacional universal público de saúde”, afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Estudo mostra perfil da saúde no Brasil
O estudo Saúde Brasil 2010 apresenta indicadores demográficos e epidemiológicos e demonstra tendências que poderão subsidiar a definição de novas ações estratégicas e políticas públicas de saúde. O documento foi lançado durante a 11ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi). A mostra, realizada anualmente desde 2001, estimula o intercâmbio nas três esferas do Sistema Único de Saúde: governo federal, estados e municípios. Neste ano, foram inscritos 776 estudos científicos.
Fonte: Em Questão/Secom
Foto:Antônio Milena/Agência Brasil