O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, acredita que a educação pode livrar o mundo do descompasso entre as nações e entre as pessoas. Em entrevista à Rádio ONU, após participar do lançamento da iniciativa da Organização das Nações Unidas, denominada Education First, destinada a promover a educação como direito universal, ocorrida na 67ª Assembleia-Geral, o ministro defendeu que o mundo invista na educação durante e após a crise econômica para garantir o que chama de “perspectiva de futuro.”
Para Mercadante, uma das melhores alternativas para assegurar o crescimento econômico é apostar nos setores de ciência e tecnologia e inovação. “Não podemos nos acomodar em ser países apenas produtores de matérias primas e commodities. Para gerar empregos de qualidade, precisamos apostar em setores que geram maior valor agregado e esses setores são justamente os que exigem mais pesquisa em ciência, tecnologia e inovação”, declarou.
Ele destacou que os investimentos que o Brasil fez em alguns setores do conhecimento, como as engenharias aeronáutica, química e agropecuária já permitem colher frutos importantes como os obtidos pela Embraer, Petrobrás e Embrapa respectivamente. As três áreas destacam-se por desenvolvimento de novas tecnologias que ajudam a impulsionar a economia brasileira.
O ministro defendeu firmemente que a educação deve ser colocada no topo das prioridades do mundo. E assegurou que o governo brasileiro está totalmente comprometido com essa prioridade. Também defendeu o fortalecimento dos laços entre os países de língua portuguesa ou com realidades econômicas e sociais semelhantes. E apostou num crescimento conjunto baseado na troca de conhecimento. “Quando falamos em educação, falamos também em identidade. E, como cada um tem a sua, é necessário lutar para preservar”, disse.
Sistema de quotas
Em seguida, explicou como o sistema de cotas nas universidades públicas brasileiras está contribuindo para reduzir a diferença entre brancos e negros no Brasil e ajudando, de uma certa forma, a preservar as diversas faces da cultura brasileira. “A igualdade de oportunidades e acesso à educação é uma reparação histórica que o Brasil promove a um imenso contingente de nossa população que tanto contribuiu e contribui para o nosso desenvolvimento”, disse.
Sobre as resistências que o governo brasileiro ainda enfrenta para implementar o sistema de cotas como possibilidade de acesso de pessoas menos favorecidas à universidade pública e gratuita, explicou: “O Brasil só vai ser uma democracia plena no dia em que o filho do ministro da Educação tiver a mesma chance que o filho da faxineira do Ministério”. E prosseguiu: “Enquanto isso não acontecer, nós temos que continuar lutando por políticas afirmativas de educação para que todos tenham as mesmas oportunidades na vida e a porta de entrada para isso é uma educação universal e de qualidade”.
Para o ministro, a alfabetização no tempo certo e a educação infantil são prioridades essenciais para assegurar o desenvolvimento de uma população. Também defendeu o ensino em período integral como ferramenta importante para garantir que os alunos desenvolvam plenamente o seu potencial.
Giselle Chassot, com informações da Rádio ONU
Para ouvir a íntegra da entrevista do ministro Mercadante, acesse o link
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