Metas econômicas não podem prejudicar brasileiros, diz Gleisi

Gleisi; “Nós saímos do mapa da fome e isso não é pouco”A meta fiscal, criada durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, é louvável, mas foi muito dura com a realidade do povo brasileiro, disse a senadora Gleisi Hoffmann em plenário, nesta quinta-feira (27). “Não se quis saber se colocando aquela meta a qualquer preço as pessoas iriam passar fome, ficar desempregadas”, disse, acrescentando que o governo tucano tratava “os seres humanos como números”.

A decisão da presidenta Dilma Rousseff de enviar ao Congresso Nacional a mudança na meta do superávit primário – saldo resultante entre despesa e arrecadação do governo usado para pagar juros da dívida pública – foi elogiada pela parlamentar. Ela lembrou que esta não é a primeira vez que Senado e Câmara dos Deputados votam esse tipo de alteração e que o não cumprimento da meta não é crime de responsabilidade fiscal. Em 2001, por exemplo, o governo tucano reajustou a meta de economizar o equivalente a 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2,25%. Mesmo assim, não conseguiu cumprir a meta, obtendo um resultado primário de apenas 1,7% do PIB.

No início dos anos 2000, quando o País passava por dificuldades econômicas, foi quando ocorreu a transição para o governo Lula, entre 2002 e 2003. Segundo Gleisi, mesmo com as dificuldades, a população não foi deixada de lado. “Não tínhamos recursos investidos no Brasil, não tínhamos saldo de balança, dependíamos do Fundo Monetário Internacional e tivemos de fazer um ajuste rigoroso. Mas em nenhum momento esse ajuste comprometeu a linha que nós tínhamos que era exatamente a de gerar emprego, distribuir renda e acabar com a fome neste País”, colocou.

“Tanto isso é verdade que o resultado está aí. Hoje, depois de 12, 13 anos de governo podemos nos orgulhar do que estamos mostrando para o mundo. Nós saímos do mapa da fome e isso não é pouco”, exclamou Gleisi. Para a senadora, a respeitabilidade do Brasil está na quantidade de investimentos externos existentes no País. “São mais U$62 bilhões que temos investidos aqui. E isso não cai, os valores vêm crescendo”, colocou.

“Isso é confiança! Isso é respeito! Portanto, não dá para cairmos no discurso fácil. Achar que o que é instrumento de uma política tenha de virar finalidade em si mesmo. Foi isso o que fizeram no governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso”, destacou a senadora.

Gleisi também disse achar um despropósito a oposição, “que não ganhou a eleição”, querer nomear ministros. “Vir aqui dizer que a Presidenta, ao nomear seus Ministros da área econômica, está fazendo estelionato eleitoral é um verdadeiro absurdo”. A senadora explicou, por exemplo, que o novo ministro da Fazenda de Dilma, Joaquim Levy, já havia trabalhado no primeiro mandato do ex-presidente Lula por quase três anos, inclusive na transição de governo.

“Nós não estamos trazendo uma pessoa que não participou desse processo de conquistas, que não deu as condições para que a gente avançasse. O ministro Levy é uma pessoa séria, capacitada, firme, rigorosa com as contas públicas, mas acaba de anunciar que jamais vai fazer um pacote e tem sensibilidade com o social”, afirmou, acrescentando que Levy ajudar a construir as bases de sucesso do governo, como o enfrentamento à fome e à miséria e as políticas sociais que são referências em todo o mundo.

O trabalho do atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, também foi elogiado por Gleisi. “Foi um ministro que fez com que a relação da dívida com o PIB baixasse para quase a metade do que era. Era mais de 60% e, hoje, estamos em 35%”. Ela também agradeceu ao empenho de Miriam Belchior à frente da pasta do Planejamento, ressaltando que a ministra e Mantega ajudaram o Brasil, durante o período de crise internacional, a manter empregos, gerar renda e fazer políticas sociais importantes para o País.

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