A leitura dos títulos dá a exata noção de como a informação pode ser manipulada, transformando-se em novo fator gerador de crise. O assunto é a fala da presidente Dilma Rousseff desta terça-feira (24/06), sugerindo um debate sobre a convocação de um plebiscito popular para “ fazer a reforma política que o País tanto necessita”.
Veja, abaixo, como se dá a distorção e, ao final, o que a presidente efetivamente disse:
Folha de S. Paulo: Dilma sugere plebiscito para reformar a política
O Estado de S. Paulo: Dilma propõe plebiscito para reforma política; ação é atacada
O Globo: Dilma propõe Constituinte e cria polêmica com Congresso e STF
Na Web:
UOL: Dilma quer plebiscito que autorize Constituinte para reforma política
UOL: Governo cogita recuar de convocar Constituinte, diz Cardozo
G1: Governo irá analisar proposta de reforma política sem constituinte
G1: Ministro evitou falar em recuo do governo
G1: Câmara ‘não quer’ constituinte para reforma, diz Alves
Estadão: Após críticas, Cardozo afirma que Dilma analisa reforma política sem Constituinte
O que Dilma disse literalmente:
“Quero, nesse momento, propor um debate sobre a convocação de um plebiscito popular que autorize o funcionamento de um processo constituinte específico para fazer a reforma política que o país tanto necessita. O Brasil está maduro para avançar”.
Ou seja: a presidente conseguiu o que queria, provocar o debate. Debate que o Congresso já aceitou prosseguir, apesar da “resistência” apontada nas reportagens, para, finalmente, fazer a reforma política que as ruas – e não a mídia – está cobrando dos parlamentares.