Midia omite novo reconhecimento internacional ao Bolsa Família

Estudo do Banco Mundial afirma que pobreza, em suas várias dimensões, caiu 76% no Brasil, entre os anos de 2004 e 2012

Já se tornou praxe. A política deliberada da mídia - de ocultar realizações dos governos do PT e multiplicar problemas para preparar o terreno e semear o pessimismo - mais uma vez esconde do grande público novo reconhecimento internacional ao Bolsa Família. Dessa vez, a exceção foi o jornal O Globo, que trouxe a informação na edição do último dia 04/07.

Midia omite novo reconhecimento internacional ao Bolsa Família

Em novo estudo patrocinado pelo Banco Mundial, apresentado durante encontro no Rio de Janeiro, tem-se que a pobreza crônica caiu de 6,7% para 1,6% da população do Brasil no período 2004-2012 – perfazendo uma queda de 76% no número de cidadãos que deixaram aquilo que os técnicos da área social definem como “pobreza crônica”.

O estudo considerou pobres de renda aqueles que ganham até R$ 140 mensais. O valor é maior do que a linha de extrema pobreza brasileira, de R$ 77 mensais (equivalente a US$1,25 diário). Se a pobreza crônica considerasse apenas a população em situação de miséria, o percentual da redução seria ainda menor do que o 1,6% da população identificado pelos autores do trabalho.

O estudo do Banco Mundial também utiliza um conceito mais amplo para avaliação dos diferentes níveis de marginalização social – o da “pobreza multidimensional” que, além da renda, inclui outros sete parâmetros para se avaliar a pobreza: 1) se as crianças e adolescentes até 17 anos estão na escola;2 ) os anos de escolaridade dos adultos; 3) o acesso a água potável; 4) acesso a saneamento; 5) acesso a eletricidade, 6) condições de moradia e  7) bens, como telefone, fogão e geladeira. 

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Considerados esses parâmetros, a “pobreza crônica” se apresenta quando são registradas privações em pelo menos quatro desses sete parâmetros.

A informação, que mereceria no mínimo alto de página em qualquer jornal que se preocupe com o que tradicionalmente se chama de noticia, não despertou o interesse da mídia nacional. Provavelmente porque é um dado positivo e irrefutável. 

O estudo foi ignorado, da mesma forma que o encontro entre técnicos da área social, promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e pelo World Without Poverty (WWP), como projeto conjunto do Banco Mundial, do MDS e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Os autores  do trabalho utilizaram dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Superação da miséria

Os resultados não surpreenderam a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello. Ela destacou que o Plano Brasil Sem Miséria foi organizado de forma a enfrentar a pobreza em suas diferentes dimensões, garantindo renda, mas também cuidando de melhorar as oportunidades para inserção econômica dessas famílias, assim como o seu acesso a serviços. “Construímos o Plano Brasil Sem Miséria olhando o conjunto da população pobre e extremamente pobre”, explicou ela. “Sempre agimos de maneira multidimensional e os dados do Banco Mundial comprovaram isso.”

Para a economista do grupo de Desenvolvimento Humano e Proteção Social do Banco Mundial, Anna Fruttero, coautora do estudo, o fato de um indivíduo ser pobre monetário e multidimensional aumenta a probabilidade de ele seguir na pobreza. Ela participou da oficina técnica “Dimensionamento e caracterização da pobreza no contexto de sua superação: os limites dos indicadores clássicos e as novas propostas metodológicas”. “O objetivo tem que ser a erradicação da pobreza crônica”, afirmou.

“O que nos estimula”, disse a ministra Tereza Campello, “é que os dados do Banco Mundial mostraram que nossa ação foi eficaz, pois conseguiu atingir a pobreza crônica”. Ela destacou ainda que o trabalho apresentado pelo Banco Mundial considerou dados até 2012 e que os resultados seriam ainda mais surpreendentes se tivessem sido computados dados de 2013, que incluem já os efeitos de programas como Água para Todos, Minha Casa, Minha Vida, e Mais Médicos.

Com informações do MDS

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