A população indígena terá um cartão especial para facilitar o acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS) e, especialmente, aos programas de dispensa de medicamentos. O Ministério da Saúde lançou nesta quinta-feira (10/05) o Cartão Nacional de Saúde e o Hórus que é um sistema nacional de gestão da assistência farmacêutica.
O cartão integrará uma base de dados nacional e permitirá a identificação dos indígenas tanto no Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (Sasisus) e no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio de um número único válido em todo o território nacional. O objetivo é construir um registro eletrônico para o usuário indígena e que permita aos gestores e aos profissionais de saúde acessar o histórico de atendimentos, calendário vacinal, retiradas de medicamentos, realização de exames e cirurgias.
De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o acesso às ações e serviços da atenção especializada também será otimizado a partir da utilização do cartão, que permitirá identificar em todo o País o usuário que necessita agendar consultas especializadas, exames e internações.
“O Cartão SUS será uma poderosa ferramenta para atenção integral e para a gestão da saúde indígena, porque todas as informações do paciente e do profissional ficarão armazenadas no sistema e isso vai ajudar a ter controle dos gastos e rastrear os passos do usuário na rede de serviços, combatendo todo e qualquer tipo de fraude em pagamento de internações, por exemplo,” explicou o ministro.
A implantação e a distribuição do cartão serão feitas para todos os indígenas brasileiros, aproximadamente 620 mil já cadastrados no Sistema de Informação de Atenção à Saúde Indígena (Siasi). Com a medida, será possível organizar a gestão dos serviços e integrar o Siasi com os demais sistemas de informação do SUS, que registram, por exemplo, o perfil do nascimento, adoecimento e mortalidade na população
Segundo o Ministério da Saúde, antes da adaptação do cartão para o paciente indígena, havia dificuldades de cruzamentos de dados, por exemplo, registrar uma internação e vinculá-la à retirada de medicamento. “A ação vai garantir ainda o atendimento ao índio no hospital sem o documento civil, visto que grande parte dessa população não possui RG ou CPF. O cartão trará ainda algumas especificações adicionais, como etnia, nome indígena e nome ‘branco’”, explicou o secretário especial de Saúde Indígena, Antônio Alves.
Encontro
O anúncio foi feito durante a Oficina de Edificações e Saneamento Ambiental na Saúde Indígena, que reúne em Brasília, até a próxima sexta-feira (11), os chefes dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis), engenheiros, geólogos, arquitetos, além de técnicos da Secretaria Especial Indígena (Sesai).