Ministro da Justiça quer investigação na Petrobras durante gestão FHC

Para o ministro da Justiça, a falta de apuração por parte da Polícia Federal significaria prevaricaçãoEm entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, nesta sexta-feira (13), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se juntou ao coro em defesa de uma ampla investigação de denúncias de que os desvios de recursos na Petrobras. Para ele, é preciso que a Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), abranja o período da gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

 

Para Cardozo, é dever da polícia apurar qualquer suspeita de ato ilícito. “Não é opção, é um dever. Não investigar significa prevaricação”, disse.

“Se foram relatados ilícitos nas delações, pouco importa sob quais governos ocorreram, pouco importa se isso aconteceu no governo da presidente Dilma, do presidente Lula ou do presidente Fernando Henrique Cardoso, tudo tem de ser investigado”, afirmou o ministro.

Em depoimento à polícia, Augusto Ribeiro de Mendonça, da Setal Engenharia, garantiu que o chamado “Clube das Empreiteiras” existia desde os anos 90, época em que as regras do mercado de petróleo foram mudadas no Brasil.

As declarações de Mendonça seguem a mesma linha das declarações do ex-gerente de Engenharia da Petrobrás, Pedro Barusco. Também em depoimento à Polícia Federal, ele afirmou que os esquemas de corrupção na Petrobras se iniciaram, de fato, durante o governo FHC.

Além disso, o ministro da Justiça informou ter determinado à Polícia Federal o esclarecimento dos questionamentos feitos pelo Partido dos Trabalhadores sobre o caso.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, anunciou, na quarta-feira (11), que direcionará uma ação ao diretor-geral da PF pedindo a abertura de uma sindicância para apurar a ocorrência de “vazamentos seletivos” de informações da Lava Jato. O PT quer ainda que seja identificado o responsável e quais as intenções no acesso dessas informações que deveriam ser sigilosas.

Falcão também afirmou que a legenda endereçará uma representação ao diretor-geral da Polícia Federal com o objetivo de esclarecer a “linha de investigação das autoridades judiciais e policiais que compõem a força-tarefa da Lava Jato”.

“Se você pegar como exemplo a delação premiada de Pedro Barusco Filho, verá que ele fala que começou a receber propina em 1997. Mas não há uma única pergunta direcionada ao período anterior à chegada do PT à presidência da República”, questionou Rui Falcão.

O presidente nacional do PT citou o depoimento prestado pelo ex-gerente de Engenharia da Petrobras e ressaltou que ele não foi arguido sobre o contrato fraudulento com uma empresa holandesa durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC).

Com informações da Folha de S. Paulo e da Agência PT de Notícias

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