O juiz de primeira instância Sérgio Moro proferiu decisão na última sexta-feira (24) afirmando que não acredita em informação publicada pela revista Veja no dia 3 de fevereiro deste ano. A reportagem do semanário diz respeito ao suposto vazamento de imagens gravadas pela PF da condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrida em março do ano passado.
A matéria afirma: “VEJA teve acesso à íntegra da gravação, feita por câmera digital de um agente da PF. Ao abrir a porta, Lula estava vestido para ir à academia e pergunta: “Não trouxeram o japonês de Curitiba?”. Um policial responde que não. Lula diz: “Ainda bem. Capaz de ele roubar as minhas coisas aqui em casa”.
Para Moro, porém, não há motivos para crer na veracidade da publicação da revista. Segundo o juiz de primeira de instância do Paraná, “não consta que qualquer gravação efetuada durante a diligência de condução coercitiva tenha sido disponibilizado (sic) à produção do filme ou a qualquer veículo de imprensa. Se o último fato tivesse ocorrido, aliás, provavelmente tais imagens já teriam sido publicizadas”.
Assim, em proferimento oficial, Sérgio Moro desmente a revista Veja. Ou seja, a considerar verdadeiro o que diz o juiz de primeira instância, o semanário inventou a seus leitores que houve vazamento de gravações sigilosas feitas pela PF na residência de Lula, o que jamais teria ocorrido.
A afirmação de Moro em questão se deu como resposta a petição da defesa de Lula que reclamava o vazamento de imagens de sua condução coercitiva que, de acordo com ordem do próprio juiz Moro, não deveriam ter sido gravadas.
Ao fim de seu despacho, o juiz paranaense intima a Polícia Federal a esclarecer se a revista está efetivamente mentindo, ou se a ordem de Moro de não gravar e vazar a condução coercitiva foi descumprida, como afirma Veja.