O ex-juiz federal Sergio Moro assumirá o comando do Ministério da Justiça sem ter se livrado completamente dos questionamentos dos quais foi alvo no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Desde 2014, início da operação Lava Jato, foram abertos contra ele pelo menos quatro processos. O CNJ não divulga à imprensa o número exato de representações em que Moro é citado, o que dá a entender que algumas correm em sigilo.
O corregedor-geral de Justiça, Humberto Martins, arquivou no início do mês o processo que questionava a conduta de Moro e outros magistrados no caso do habeas corpus concedido pelo desembargador Rogério Favreto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em julho deste ano. Na ocasião, o então juiz federal, em férias, atuou para que a ordem de soltura não fosse executada antes de outros desembargadores se posicionarem. Martins não viu desvio de conduta nas ações de nenhum dos envolvidos, incluindo Favreto, que também havia sido representado.
O ex-juiz da Lava Jato enfrenta, no entanto, outros questionamentos, incluindo o próprio fato de ter se comprometido com o governo Bolsonaro sem pedir exoneração – e, segundo o general Mourão, ter mantido contato com a equipe do militar reformado ainda durante as eleições. O fato também motivou pedidos da defesa de Lula para que o processo que levou à condenação do ex-presidente fosse declarado nulo, dada a suposta parcialidade de Moro.