Crise

“Moro usou as instituições para perseguição política”, afirma Rogério Carvalho

Para senador, o foco agora está em preservar e fortalecer a democracia, assim como foi feito no Governo do PT
“Moro usou as instituições para perseguição política”, afirma Rogério Carvalho

Foto: Alessandro Dantas

Líder do PT no Senado, Rogério Carvalho comentou nesta manhã (24) sobre a saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça: “Moro não tem nenhuma credibilidade para fazer acusações. Negociou e usou criminosamente das instituições para perseguição política. Agora, o foco está em preservar e fortalecer a democracia, assim como fizemos nos governos do PT. Moro atira para se manter no jogo político, onde sempre esteve”.

Já a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), criticou duramente o ex-juiz e ex-ministro da Justiça, que pediu demissão do cargo atacando o presidente Jair Bolsonaro. “A entrevista de Moro é uma confissão de crimes e uma delação contra Bolsonaro: corrupção, pagamento secreto de ministro, obstrução de justiça e prevaricação. Ele tinha de sair da entrevista direto para depor na Polícia Federal”, denunciou.

Ao anunciar sua saída do governo, Moro confessou que Bolsonaro queria mexer na PF para ter acesso a relatórios de inteligência – documentos confidenciais – produzidos pelo órgão. O ex-ministro disse que Bolsonaro insistiu na troca do comando da Polícia Federal, sem apresentar quaisquer justificativas. O senador Humberto Costa (PT-PE) disse que Moro fez uma delação premiada. “Ele é a principal testemunha dos crimes de responsabilidade cometidos pelo chefe do Executivo. Não há outro caminho que não o do impeachment”, alerta.

Outros petistas, como o ex-prefeito Fernando Haddad, também enxergam vários crimes de responsabilidade descritos por Moro. “Os ministros, especialmente os militares que ainda respeitam esse país, deveriam renunciar a seus cargos e forçar a renúncia. O impeachment é processo longo. A crise sanitária e econômica vai se agravar se nada for feito”, pondera Haddad. O líder do PT na Câmara, Enio Verri (PR), defende a abertura de investigação.

“Moro sai ainda menor do que entrou”, comentou Gleisi. “O falso herói contra a corrupção protegeu os corruptos da família Bolsonaro e jamais defendeu a democracia ameaçada pelo chefe. Sai humilhado depois de fazer o serviço sujo. Mas uma pergunta o perseguirá: Cadê o Queiroz, Sergio Moro?”, cobrou.

A presidenta do PT também apontou que a demissão do ex-diretor-geral Maurício Valeixo pelo presidente da República não esconde os deslizes e crimes cometidos pelo delegado federal. “Ao contrário do que disse Moro, Maurício Valeixo cometeu crime ao desobedecer ordem do TRF-4 para soltar Lula em julho de 2018. E agiu a mando de Moro. Não é prova de autonomia, mas de politização da PF”, lembrou a deputada.

Com  a prisão do ex-presidente Lula, líder das pesquisas  para a corrida eleitoral de 2018,  Sérgio Moro abriu caminho para a vitória de Jair Bolsonaro. Morou logo seria premiado pelo presente. O então juiz acertou sua ida para o Ministério da Justiça ainda durante a campanha. O convite para Moro ocupar a pasta da Justiça foi feito  meses antes do fim da eleição, segundo o próprio vice-presidente, Hamilton Mourão.

Ela também estranhou o fato de Moro ter anunciado na coletiva em que confirmou sua demissão que havia feito um pedido ao presidente da República, quando aceitou o convite para integrar o Ministério da Justiça, ainda em 2018. Ele queria uma pensão para a família. Gleisi reagiu: “Moro e Bolsonaro têm obrigação de explicar a tal proteção financeira à família que ele exigiu para ser ministro. Isso é a nova política? Pagar ministro por fora? Isso é crime, gravíssimo. Mais na conta da quadrilha”.

Com informações da Agência PT de Notícias

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