Boa parte da redução é atribuída a programas de |
Em 1980, ocorriam no Brasil 69,1 óbitos de crianças menores de um ano de idade para cada mil nascidos vivos. Em 2010, essa proporção baixou drasticamente: são 16,7 óbitos a cada mil bebês nascidos. Neste período deixaram de morrer 52 crianças menores de um ano de vida para mil nascidos vivos, representando um declínio nos níveis de mortalidade infantil de 75,8%.
Os dados constam das Tábuas de Mortalidade, divulgadas nesta sexta-feira (02) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que reúnem dados do Censo de 2010, de estatísticas de óbitos provenientes do Registro Civil e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde referentes a 2010. As tábuas, que são divulgadas todos os anos, foram recalculadas a partir de um recorte regional. Os dados de 2010 por estado foram divulgados pela primeira vez pelo instituto.
Entre os fatores que contribuíram para essa mudança, destacam-se: o aumento da escolaridade feminina, a elevação do percentual de domicílios com saneamento básico adequado (esgotamento sanitário, água potável e coleta de lixo), a diminuição da desnutrição infanto-juvenil e um maior acesso da população aos serviços de saúde, proporcionando uma relativa melhoria na qualidade do atendimento pré-natal e durante os primeiros anos de vida dos nascidos vivos. Também são notáveis as ações diretamente realizadas no intuito de reduzir a mortalidade infantil: campanhas de vacinação em massa, atenção ao pré-natal, incentivo ao aleitamento materno, entre outras.
Nordeste tem a maior queda
Entre as regiões, o Nordeste manteve a maior taxa de mortalidade infantil, apesar de também ter registrado a maior queda entre 1980 (97,1‰) e 2010 (23,0‰). A região Sul, que já tinha a menor taxa em 1980 (46,0‰) manteve a posição em 2010, com 10,1‰. Entre os estados, foram observadas grandes variações. Em 2010, a menor taxa de mortalidade infantil era em Santa Catarina (9,2‰) e a maior em Alagoas (30,2‰). A maior queda na taxa no período foi registrada na Paraíba, de 117,1‰ para 22,9‰.
Santa Catarina tem a menor taxa de mortalidade na infância, 11,2%
O mesmo comportamento da taxa de mortalidade infantil foi observado na mortalidade da infância (de crianças até cinco anos de idade). Em 2010, a taxa de mortalidade na infância foi de 19,4‰, redução de 64,6% em relação a 1980, quando o valor era de 84,0‰.
A menor taxa de mortalidade na infância foi observada em Santa Catarina, 11,2 óbitos de menores de cinco anos para mil nascidos vivos, enquanto a maior foi registrada em Alagoas, 33,2‰. Entre 1980 e 2010, a maior redução foi observada na Paraíba, onde 128,7 crianças menores de cinco anos deixaram de falecer para cada mil nascidos vivos, passando de 155,0‰ para 26,3‰ nesse período de 30 anos.
Com informações do IBGE
Foto: brasil.gov