Mortalidade infantil pode cair mais. Meta já foi alcançada

A tendência é que os óbitos infantis se concentrem no componente neonatal precoce, até seis dias.

Mortalidade infantil pode cair mais. Meta já foi alcançada

 

O perfil de mortes entre crianças está mudando no Brasil. A Pesquisa “Estatísticas do Registro Civil 2011”, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada, nesta segunda-feira (17/12), demonstra que, se até a década de 1980 o mais comum eram os óbitos de crianças entre 28 e 364 dias (mortes pós-neonatais), agora começam a predominar as mortes neonatais precoces (crianças com menos de um mês de vida)
 
Até o fim da década de 1980, as mortes pós-neonatais chegavam a 51,9%. A partir de então, começou a predominar componente neonatal precoce (óbitos de crianças de 0 a 6 dias) e tardia (óbitos de crianças de 7 a 27 dias), atingindo em 2011, 68,3% do total de óbitos de menores de 1 ano. Os percentuais de óbitos pós-neonatais ainda são significativos, mesmo nas áreas mais desenvolvidas. Em 2011, 51,8% dos óbitos infantis registrados foram neonatais precoces.
 
“É evidente que o país avançou nessa questão da mortalidade infantil, o que fez com que atingisse, com dois anos de antecedência, as metas fixadas no programa Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (compromisso universal da Organização das Nações Unidas para a erradicação da pobreza com a sustentabilidade do planeta), mas 48% das mortes infantis no país são de crianças com idade acima do prazo de seis dias”, alertou o gerente da pesquisa, Claudio Crespo.
 
Ele ressaltou que nos países mais desenvolvidos, onde a taxa de mortalidade infantil é baixa, o percentual é sempre até seis dias e, em geral, ligado a problemas congênitos. “Então, quanto mais dias passam, mais as mortes estão ligadas a problemas sociais – o que significa que ainda há espaço para uma redução maior da taxa de mortalidade infantil no país”, disse.
 
De acordo com a pesquisa do IBGE, à medida que o país tem avanços nas questões estruturais relacionadas às áreas de saneamento e acesso à saúde, a tendência é que os óbitos infantis se concentrem no componente neonatal precoce (óbitos de crianças até seis dias). Os dados do IBGE indicam ainda que dos 16,8% relativos à taxa de mortalidade infantil no país em 2011, por cada grupo de mil habitantes, 51,8% envolvem crianças até seis dias de vida. “Nos países mais desenvolvidos,a mortalidade infantil ocorre basicamente (cerca de 90%) entre as crianças até seis dias de vida – e geralmente de causas congênitas”, disse Crespo.

“É por isso que eu sustento, considerando países como os Estados Unidos e Cuba – que têm taxas de mortalidade em torno de sete e de cinco mortes por cada grupo de mil habitantes nascidos vivos – que a nossa taxa ainda é elevada. Mas, por outro lado, o país cumpriu com os compromissos das Metas do Milênio”, emendou.
 
Idade da mãe
A pesquisa detectou também mudanças na distribuição dos nascimentos por idade da mãe. Enquanto em 2001 as mães que tinham entre 30 e 34 anos representavam 14,73%, em 2011 este percentual foi de 17,63%. Na faixa entre 25 e 29 anos, os nascimentos passaram de 23,32% para 25,27% em dez anos. Já entre as mães de 20 a 24 anos, o percentual caiu de 30,74% para 27,53%.
 
Em relação aos registros extemporâneos, ou seja, os nascimentos não registrados no ano do nascimento da criança, houve diminuição de 28,2% para 6,7% em dez anos. Isso ocorreu de forma mais acentuada no Maranhão (de 69,0% em 2001 para 16,0% em 2011) e no Amazonas (de 60,4% para 26,2%).
 
As Estatísticas do Registro Civil trazem, ainda, informações sobre registros de óbitos, casamentos e separações.
  
A publicação completa pode ser acessada aqui
 
Com informações do IBGE e da Agência Brasil

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