MP dos portos: acordo com trabalhadores pode sair na quinta

Senador Eduardo Braga, relator da matéria, irá divulgar os principais pontos de um possível acordo entre o governo e sindicatos de portuários.


A principal divergência na MP dos Portos diz
respeito ao regime de contratação de mão de
obra nos terminais privados

Um acordo contemplando parte das alterações reivindicadas pelos trabalhadores portuários no texto da Medida Provisória 595 está sendo costurado por parlamentares com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical e a Central Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). “As conversas estão avançadas e, nesta quinta-feira (21), deveremos chegar a uma conclusão”, avaliou o presidente da comissão mista que analisa a chamada MP dos Portos, o deputado José Guimarães (PT-CE).

O prognóstico de Guimarães foi feito durante uma audiência pública da comissão mista, na tarde desta terça-feira (19). O relator da MP, senador Eduardo Braga (PMDB-AM) — a quem cabe definir as alterações ao texto original que serão incorporadas ao parecer submetido à comissão — marcou para as 10:30h da quinta-feira o anúncio dos os principais pontos de um possível acordo entre o governo e sindicatos de portuários, sem, contudo, adiantar quais as reivindicações dos trabalhadores que pretende acolher.

No final da manhã desta terça-feira (19), Braga reuniu-se com representantes do Ministério do Trabalho, da Casa Civil da Presidência da República, da CUT, da Força e da CTB e de três federações de portuários. Ele afirmou que antes de anunciar uma proposta, ouvirá o Executivo e os integrantes da comissão mista que analisa a MP 595.

Sem terceirização

A principal divergência dos representantes dos trabalhadores com o texto da MP dos Portos diz respeito ao regime de contratação de mão de obra nos terminais privados. Atualmente, essa contratação é intermediada pelo Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO) de cada porto. Os terminais privados criados pela MP terão liberdade para determinar o tipo de vínculo, respeitada a legislação trabalhista.

Uma das preocupações das centrais sindicais é evitar a terceirização, por meio de empresas que forneceriam mão de obra para as atividades portuárias. Até a definição de um acordo em torno do texto final da MP, fica mantido o indicativo de greve dos trabalhadores portuários para a próxima segunda-feira (25). A paralisação está convocada para durar 24 horas.

Audiência pública

Na tarde desta terça-feira, a comissão mista que analisa a MP 595 realizou mais uma audiência pública, desta vez para ouvir representantes de órgãos federais com funções de fiscalização e controle do trânsito de mercadorias, como a Receita Federal, o IBAMA e o Ministério da Agricultura, além da presidente do Sindicato dos Analistas Tributários da Receita Federal (Sindireceita).

Cyntia Campos

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